Cardeal Obando legitima vitória de Ortega, enquanto bispo Matta contesta resultado

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11 Novembro 2011

O presidente Daniel Ortega, que conseguiu sua reeleição numa votação questionada por causa de fraudes, conclamou a oposição, na terça-feira, e acompanhado do cardeal Obando y Bravo, a reconhecer os resultados do pleito de domingo, 6. “Deus está nos dando uma grande responsabilidade através do povo, está dando o poder, não só da presidência, mas também da Assembleia Nacional”, disse.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 10-11-2011.

Garantiu que respeitará deputados dos partidos de oposição, em minoria no parlamento, e que não mudará o rumo do país. Prometeu aos empresários e ao povo estabilidade, tranquilidade e paz.

O bispo Abelardo Matta, crítico do governo, disse que não se pode tapar o sol com a peneira diante das ilegalidades constatadas no processo eleitoral e anunciou que a Conferência Episcopal da Nicarágua vai se pronunciar a respeito na segunda-feira, 14.

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia assinalou, em relatório preliminar, que faltou transparência no pleito. O chefe da Missão Observadora, Luis Yañez, declarou à imprensa que o conjunto de irregularidades mostrou muitas imperfeições. Para a Câmara de Comércio Americana as eleições, diante de tantas anomalias, deveriam ser anuladas. O Instituto para a Democracia e o Desenvolvimento expressou que o país não teve condições para o desenvolvimento de eleições livres e justas.

Em sua mensagem, Ortega chamou o cardeal Miguel Obando Bravo como promotor do amor, que recebeu fogo de ambos os lados. O líder religioso está sempre presente em atos oficiais da família presidencial, e deu graças a Deus porque o processo eleitoral ocorreu com certa tranqüilidade, com certa paz, destacando a maturidade do povo para eleger.

O decano da Faculdade de Direito da Universidade Politécnica de Nicarágua, Oscar Castillo, disse que a Nicarágua terá um presidente da República inconstitucional, e como terá o controle da Assembleia, o país estará sob uma ditadura inconstitucional.

O pastor batista Marcelino Basset argumentou que a participação dos partidos de oposição e dos observadores estrangeiros deu legitimidade ao processo eleitoral e que é preciso respeitar o resultado das urnas.

Até ontem, as discussões e protestos deixaram um saldo, na capital, de sete mortos e mais de 20 feridos civis e cinco policiais.