09 Novembro 2011
Um vigoroso grupo de leigos e religiosos católicos austríacos anunciou que leigos vão começar a celebrar missa na falta de um sacerdote, em um claro apelo à desobediência exatamente quando os bispos do país realizam sua conferência de outono.
A reportagem está publicada no sítio Religión Digital, 07-11-2011. A tradução é do Cepat.
Um manifesto adotado por dezenas de ativistas durante o fim de semana assinalou que os leigos pregarão, consagrarão e darão a comunhão nas paróquias sem sacerdotes, disse Hans Peter Hurka, responsável pelo grupo Somos Igreja.
"A lei da Igreja o proíbe. A pergunta é: pode a lei da Igreja prevalecer sobre a Bíblia? Somos da opinião, baseando-nos nas conclusões do Concílio Vaticano II, de que isto (a proibição) não é possível", disse na segunda-feira.
A Igreja católica só permite que sacerdotes ordenados presidam a missa. Hurka disse que os dissidentes estavam há algum tempo planejando o encontro, mas que estavam encantados com o fato de que acontecesse bem antes de uma sessão ordinária de quatro dias da Conferência dos Bispos, que começou nesta segunda-feira.
Disse que queria que os bispos, liderados pelo cardeal de Viena, Christoph Schoenborn, respondessem ao documento, o último de uma série de desafios colocados pelos reformistas católicos comuns na Áustria.
"Basicamente esperamos por isto porque as demandas de reforma não são especialmente novas", declarou. Os bispos receberam uma cópia do manifesto no sábado, acrescentou.
Os bispos planejavam discutir iniciativas e reformas propostas, segundo sua página na internet, embora o principal tema da sessão fosse preparar as eleições para conselhos paroquiais previstas em março.
Schoenborn, ex-aluno e amigo próximo ao papa Bento XVI, descartou mudanças de grande alcance demandadas por sacerdotes dissidentes liderados por seu ex-número dois, o padre Helmut Schueller.
Considerado um possível futuro Papa, o cardeal disse que não levaria a sua diocese a romper com o Vaticano permitindo ao clero desobedecer normas da Igreja depois que um grupo de sacerdotes emitiram um Apelo à desobediência para tentar pressionar pelas reformas.
O grupo, que diz representar cerca de 10% do clero austríaco, desafiou a Igreja doutrinando sobre temas considerados tabus, como o celibato sacerdotal e a ordenação de mulheres.
Os sacerdotes dissidentes, que têm um amplo respaldo popular nas pesquisas de opinião pública, também dizem que romperão com as normas da Igreja dando a comunhão a protestantes e casando católicos divorciados.
Católicos austríacos reformistas desafiaram durante décadas as políticas conservadoras de Bento XVI e de seu predecessor, João Paulo II, criando movimentos de protesto e lutando por mudanças que o Vaticano se nega a implementar.
Grupos reformistas católicos na Alemanha, Irlanda e Estados Unidos realizaram demandas similares.
87.000 austríacos abandonaram a Igreja em 2010, muitos em reação aos escândalos de abusos sexuais.
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Leigos austríacos ameaçam celebrar missa quando não houver sacerdotes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU