06 Novembro 2011
Uma monja tibetana morreu nesta quinta-feira na província chinesa de Sichuan, vizinha ao Tibet, após atear fogo ao próprio corpo, informou a agência oficial Xinhua, no undécimo caso de imolação que se registra nessa zona neste ano.
A reportagem é da agência Efe, 03-11-2011. A tradução é do Cepat.
A religiosa, de 35 anos e de quem a Zinhua facilitou a tradução para o mandarim de seu nome (Qiu Xiang), ateou fogo ao próprio corpo às 12h50 hora local na localidade de Dawy, no município autônomo tibetano de Garze, onde este ano foram registradas fortes tensões.
O governo local assinalou que as causas da morte ainda estão sendo investigadas e que ainda não se sabe a razão pela qual Qiu ateou fogo ao corpo, embora os casos anteriores fossem para pedir o retorno do Dalai Lama ao Tibet e o fim da repressão da religião e da cultura desta etnia.
Segundo grupos tibetanos no exílio, cinco dos dez imolados anteriormente faleceram.
Não obstante, Ongs que antes acompanharam estes casos, como a Free Tibet ou o Centro Tibetano para os Direitos Humanos e a Democracia, não informaram sobre este último acontecimento até o momento.
Nos últimos anos, e especialmente desde as revoltas de 2008 na cidade de Lasa e em outras zonas de população tibetana, se produziram numerosos episódios de violência, não apenas no próprio Tibet, mas sobretudo em províncias que marcam a fronteira entre esta etnia e os chineses han, especialmente Sichuan.
Nessa província, onde aconteceram todas as imolações ocorridas em 2011, as tensões giram em torno do mosteiro de Kirti, um dos mais sagrados da zona para o budismo tibetano e que após a primeira imolação de um monge desse lugar, em março, foi submetido a um férreo controle das forças de segurança.
O mosteiro chegou a ser cercado de arame e muitos de seus monges enviados a centros de reeducação, o que só aumentou os protestos.
O governo chinês qualifica as imolações de “atos terroristas” e acusa o Dalai Lama e organizações tibetanas no exílio de promovê-las ou inclusive “glorificá-las”.
A China garante que o Tibet é já há alguns séculos parte inseparável de seu território, ao passo que os tibetanos argumentam que a região foi durante muito tempo virtualmente independente até que foi ocupada pelas tropas comunistas, em 1951.