No Egito, "os cristãos estão vivendo o momento mais difícil dos últimos séculos"

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • De uma Igreja-mestra patriarcal para uma Igreja-aprendiz feminista. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

03 Novembro 2011

"Os cristãos no Egito estão vivendo o momento mais difícil dos últimos séculos". Dom Stephanos, bispo copta-ortodoxo da diocese de Beba denuncia a violência sofrida pelos fiéis no país do norte da África, onde "os cristãos são assassinados sob o olhar da imprensa internacional, a polícia não intervém e ninguém é punido".

A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 31-10-2011. A tradução é do Cepat.

Ao visitar a Sede internacional da Obra "Ajuda à Igreja que Sofre", o religioso falou sobre o aumento das igrejas incendiadas e destruídas, episódios que não aconteciam há muitos anos. Para evitar intromissão por parte dos meios de comunicação estrangeiros, os órgãos de informação locais tratam de esconder os acontecimentos, divulgando apenas suas versões dos fatos.

"Felizmente – indicou dom Stephanos à Ajuda à Igreja que Sofre –, alguns vídeos feitos durante as manifestações de 9 de outubro, e transmitidos por algumas emissoras da Igreja copta, conseguiram ter um certo eco internacional e, pela primeira vez, os episódios violentos foram bem documentados".

Dom Stephanos também chamou a atenção para o fato de os meios locais serem um instrumento de discriminação cotidiana. Os egípcios, muitas vezes, se negam a manter qualquer tipo de relação comercial com os cristãos que, em muitos casos, se veem obrigados a fechar ou a ceder suas atividades. Os fiéis, além disso, se veem excluídos "indiretamente" quando se trata de oportunidades de trabalho. "As tentativas para excluir os cristãos são infinitas. Por exemplo – explicou o bispo –, os anúncios de trabalho exigem expressamente mulheres que usem o véu".

O bispo egípcio recordou que o martírio pertence ao DNA dos coptas, acostumados a serem perseguidos desde o começo do cristianismo, embora os cristãos "mantenham desde sempre vínculos estreitos com a Igreja, que consideram como uma mãe. Estão sempre prontos a apoiar a sua Igreja e seu país sem duvidar um segundo".

Em vista das eleições de 06 de novembro próximas, o religioso expressou grande ceticismo: "O futuro não parece cor de rosa, embora os coptas – considerando sua força numérica – possam jogar um papel decisivo". Em uma população de 72 milhões de habitantes, 12 milhões são cristãos e a maior parte deles são coptas ortodoxos.