Se o ministro dos Esportes,
Orlando Silva, ainda é o representante oficial de sua pasta, na prática ele já não apita nas decisões relacionadas com a
Copa do Mundo de 2014. Depois de estar presente em todos os eventos e ter operado nos bastidores para que seus aliados políticos recebessem jogos,
Orlando não estava ontem nem na sede da
Fifa, em Zurique, nem no
Itaquerão.
A reportagem é de
Jamil Chade e publicada pelo jornal
O Estado de S. Paulo, 21-10-2011.
Ontem, o ministro passou o dia em Brasília fechado em reuniões com secretários e com a cúpula do PC do B, longe do evento na Suíça. Tampouco foi a São Paulo festejar a conquista oficial e definitiva da abertura da Copa.
A agenda postada no site do ministério, logo cedo, dizia tudo: "Agenda do dia 20/10/2011 - Reuniões e despachos internos". O único "despacho" externo de Orlando foi a reunião da Executiva do PC do B.
O Palácio do Planalto já indicou que tiraria as decisões da Copa das mãos do ministro. Em
Zurique, essa perda de poder já era visível e foi comemorada. Uma voz isolada continuava a apoiar o ministro. Era o secretário da Prefeitura de São Paulo para a Copa,
Gilmar Tadeu, do PC do B. "O ministro jogou um papel importante para a preparação da Copa", afirmou
Tadeu. Questionado se
Orlando deveria renunciar,
Tadeu disse que "a denúncia precisa ser comprovada".
O governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz (PT), insistiu que os escândalos devem ser respondidos pelo atual ministro. "Eu não tenho nenhuma relação com nada disso."
A ausência de membros do governo federal foi sentida ontem no futuro estádio do Corinthians, onde autoridades municipais e estaduais acompanharam a confirmação da abertura da Copa. Apesar da crise no Ministério do Esporte, fontes da Prefeitura e do Palácio dos Bandeirantes esperavam que algum representante comparecesse. "Acho que não há clima para eles aparecerem", disse um assessor do Estado.
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Ministério fica fora de dia-chave para a Copa de 2014 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU