O diretor do Departamento de Direitos Humanos da Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (IDHUCA),
Benjamín Cuellar, denunciou, na terça-feira, intervenções extrajudiciais no caso de nove militares reclamados pela justiça espanhola vinculados ao massacre de seis sacerdotes jesuítas e duas colaboradoras durante a guerra civil salvadorenha.
A reportagem é de
Susana Barrera e publicada pela
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 11-08-2011.
Nos últimos dias, o caso voltou à agenda pública depois que o juiz espanhol
Eloy Velazco reclamou junto à justiça salvadorenha a apreensão de 20 militares relacionados ao massacre dos jesuítas
“Há intervenções extrajudiciais que não deveriam estar acontecendo”, disse
Cuellar, ao reportar-se ao “resguardo voluntário” de nove militares na Base Especializada de Segurança Militar (BESM).
A imprensa local noticiou que os militares apresentaram-se ao BESM depois de tomarem conhecimento de que Polícia Nacional Civil iniciou, ao receber solicitação da
Interpol, os procedimentos para sua captura.
“Não me parece que as Forças Armadas estejam desenvolvendo tarefas de segurança pública a esses militares”, assinalou
Cuellar em entrevista para a televisão. Os militares recolheram-se voluntariamente à base porque em El Salvador a justiça funciona hoje da mesma maneira que há 20 anos, disse.
El Salvador tem 5,7 milhões de habitantes. O país enfrentou uma guerra civil de 12anos, de 1980 a 1992 . No período, foram assassinados 28 sacerdotes e um arcebispo. Os padres jesuítas foram mortos no dia 16 de novembro de 1989. Desde então, a Companhia de Jesus vem promovendo ações na busca de justiça para o caso.
A
Lei de Anistia do país absolve de responsabilidades os envolvidos nesse massacre e noutros cometidos durante a guerra civil. Em comunicado, os militares apontados como autores das mortes recusaram as acusações. A expectativa, agora, é que Corte Suprema de Justiça do país centro-americano dê seguimento ao caso.
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Jesuítas lamentam atitude covarde de militares envolvidos em massacre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU