30 Julho 2011
Integrantes de movimentos sociais e moradores de Itaquera, na região leste da capital paulista, promoveram nesse sábado um ato contra o uso de verbas públicas em obras para a Copa do Mundo de 2014 e as remoções que essas obras devem causar. Juntas, cerca de 30 pessoas deram um abraço simbólico na área do futuro estádio do Corinthians, local que receberá jogos do Mundial.
A reportagem é de Vinicius Konchinski e publicado pela Agência Brasil, 30-07-2011.
As obras do estádio, em Itaquera, receberam R$ 420 milhões em incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo. O governo paulista também vai investir R$ 70 milhões na construção da arena, que será privada. Para os manifestantes, a aplicação de dinheiro público na obra é um exemplo dos vários erros que o Brasil vem cometendo em sua preparação para o Mundial. “Esse dinheiro poderia ser investido em moradias, escolas e universidades”, afirmou Tita Reis, morador da região leste e membro do Comitê Popular da Copa em São Paulo.
“Nós não somos contra a Copa”, complementou Benedito Roberto Barbosa, da Central de Movimentos Populares (CMP) e também do comitê popular sobre o Mundial. “Só somos contra o que a Copa tem de errado.” Segundo Barbosa, por causas das obras para o Mundial, milhares famílias de Itaquera serão removidas de suas casas. Muitas, por morarem em ocupações irregulares, temem não ser indenizadas por terem de deixar sua habitação.
A professora Ana Paula Cordeiro, de 31 anos, é uma das que temem as remoções. Ela mora há 11 anos em uma área ocupada de Itaquera. Nesta área, será construída uma ligação entre duas avenidas de acesso à região. Essa obra, segundo ela, ameaça casas de mil famílias. “A gente sabe que vai ter a obra, mas não sabe como vamos ficar”, reclamou Ana, durante o ato. “Tudo o que está sendo construído é a favor da Copa, nada é a favor da população.”
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Movimentos sociais e moradores de Itaquera protestam contra remoção de famílias e uso de verba pública em obras da Copa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU