28 Julho 2011
Que a "nova evangelização" ocupe uma posição de preferência na mente do papa Bento XVI, dificilmente pode ser colocado em dúvida.
A reportagem é de Alessandro Speciale e está publicada no sítio Vatican Insider, 27-07-2011. A tradução é do Cepat.
O pontífice bávaro, que quando era cardeal nunca escondeu sua convicção pela necessidade de simplificar e agilizar a Cúria Romana, criou há dois anos um novo dicastério vaticano justamente com a função de promover e coordenar a nova evangelização dos países nos quais a secularização das últimas décadas teve mais força.
Ao mesmo tema também será dedicado o Sínodo dos Bispos que acontecerá durante o outono no Vaticano.
E para terminar, o Papa Ratzinger falará sobre a "nova evangelização" com seus ex-alunos no encontro anual, o chamado Schülerkreis, que acontecerá em Castel Gandolfo entre os dias 26 e 28 de agosto.
Em particular, como explicou o coordenador do grupo, o padre salvatoriano Stephan Otto Horn, durante os anos 70 assistente do professor Ratzinger em Regensburg, durante o encontro se falará do papel da teologia na nova evangelização.
Para comunicar de maneira moderna o Evangelho ao mundo contemporâneo, efetivamente servem acontecimentos públicos nos quais participem as massas e líderes carismáticos; mas também é necessário o trabalho cultural de uma "minoria criativa" e, sobretudo, dos teólogos.
Para Horn, o Papa "chamou a atenção sobre a tentativa de relacionar o esforço por uma nova evangelização com a possibilidade de levar à fé grandes massas em pouco tempo".
"Naturalmente – acrescentou Horn em um ensaio sobre a "nova evangelização" segundo Bento XVI, publicado na revista Kirche – é cético em relação aos movimentos de massa, porque desmoronam rapidamente".
Daqui a preocupação da contribuição dos teólogos ao esforço de falar de maneira adequada à modernidade – uma necessidade mencionada também no livro recentemente publicado Luz do Mundo, no qual o Pontífice cita o filósofo leigo Jürgen Habermas.
O Pontífice chamou a atenção também sobre o "ativismo". "A disponibilidade – escreve Horn analisando seu pensamento – de se comprometer com a nova evangelização não pode cair no ativismo".
Para refletir sobre estes temas, como é tradicional, o círculo dos ex-alunos de Ratzinger terão ocasião para escutar a contribuição dos especialistas "externos", neste caso de dois leigos: a teóloga Hanna-Barbara Gerl-Falkowitz e o membro austríaco da Comunidade de Emanuel, Otto Neubauer.
Gerl-Falkowitz é especialista em Romano Guardini e em relações entre filosofia e cultura, ensina em Dresden, é uma antiga amiga do Papa e se conhecem desde a época em que ele era professor.
Começaram a se reunir regularmente em 1977, ano em que Ratzinger foi nomeado arcebispo de Munique. A partir de então, os encontros se repetem anualmente em torno de um tema específico e não foram interrompidos sequer com a nomeação de Ratzinger como Papa, em 2005.
Desde o início do pontificado, os ex-alunos se reuniram para falar de temas relacionados ao Islã, sobre a evolução e as teorias evolucionistas, a missão e o diálogo com as religiões e a cultura, além da interpretação do Concílio Vaticano II.
Entre os ex-alunos de Ratzinger que "fizeram carreira" – e ainda participam dos encontros – estão o cardeal Christoph Schönborn (arcebispo de Viena) e dom Hans-Jochen Jaschke (bispo auxiliar de Hamburgo).
Este ano, o Papa presidirá a missa do domingo 28 de agosto, no encerramento do encontro.
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O Papa-professor se encontra com seus ex-alunos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU