O Papa-professor se encontra com seus ex-alunos

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

28 Julho 2011

Que a "nova evangelização" ocupe uma posição de preferência na mente do papa Bento XVI, dificilmente pode ser colocado em dúvida.

A reportagem é de Alessandro Speciale e está publicada no sítio Vatican Insider, 27-07-2011. A tradução é do Cepat.

O pontífice bávaro, que quando era cardeal nunca escondeu sua convicção pela necessidade de simplificar e agilizar a Cúria Romana, criou há dois anos um novo dicastério vaticano justamente com a função de promover e coordenar a nova evangelização dos países nos quais a secularização das últimas décadas teve mais força.

Ao mesmo tema também será dedicado o Sínodo dos Bispos que acontecerá durante o outono no Vaticano.

E para terminar, o Papa Ratzinger falará sobre a "nova evangelização" com seus ex-alunos no encontro anual, o chamado Schülerkreis, que acontecerá em Castel Gandolfo entre os dias 26 e 28 de agosto.

Em particular, como explicou o coordenador do grupo, o padre salvatoriano Stephan Otto Horn, durante os anos 70 assistente do professor Ratzinger em Regensburg, durante o encontro se falará do papel da teologia na nova evangelização.

Para comunicar de maneira moderna o Evangelho ao mundo contemporâneo, efetivamente servem acontecimentos públicos nos quais participem as massas e líderes carismáticos; mas também é necessário o trabalho cultural de uma "minoria criativa" e, sobretudo, dos teólogos.

Para Horn, o Papa "chamou a atenção sobre a tentativa de relacionar o esforço por uma nova evangelização com a possibilidade de levar à fé grandes massas em pouco tempo".

"Naturalmente – acrescentou Horn em um ensaio sobre a "nova evangelização" segundo Bento XVI, publicado na revista Kirche – é cético em relação aos movimentos de massa, porque desmoronam rapidamente".

Daqui a preocupação da contribuição dos teólogos ao esforço de falar de maneira adequada à modernidade – uma necessidade mencionada também no livro recentemente publicado Luz do Mundo, no qual o Pontífice cita o filósofo leigo Jürgen Habermas.

O Pontífice chamou a atenção também sobre o "ativismo". "A disponibilidade – escreve Horn analisando seu pensamento – de se comprometer com a nova evangelização não pode cair no ativismo".

Para refletir sobre estes temas, como é tradicional, o círculo dos ex-alunos de Ratzinger terão ocasião para escutar a contribuição dos especialistas "externos", neste caso de dois leigos: a teóloga Hanna-Barbara Gerl-Falkowitz e o membro austríaco da Comunidade de Emanuel, Otto Neubauer.

Gerl-Falkowitz é especialista em Romano Guardini e em relações entre filosofia e cultura, ensina em Dresden, é uma antiga amiga do Papa e se conhecem desde a época em que ele era professor.

Começaram a se reunir regularmente em 1977, ano em que Ratzinger foi nomeado arcebispo de Munique. A partir de então, os encontros se repetem anualmente em torno de um tema específico e não foram interrompidos sequer com a nomeação de Ratzinger como Papa, em 2005.

Desde o início do pontificado, os ex-alunos se reuniram para falar de temas relacionados ao Islã, sobre a evolução e as teorias evolucionistas, a missão e o diálogo com as religiões e a cultura, além da interpretação do Concílio Vaticano II.

Entre os ex-alunos de Ratzinger que "fizeram carreira" – e ainda participam dos encontros – estão o cardeal Christoph Schönborn (arcebispo de Viena) e dom Hans-Jochen Jaschke (bispo auxiliar de Hamburgo).

Este ano, o Papa presidirá a missa do domingo 28 de agosto, no encerramento do encontro.