27 Julho 2011
Dom Pietro Sambi (no centro da foto) foi internado em um hospital de Washington, em coma induzido. O diplomata estava para ser nomeado à frente de um dicastério vaticano.
A reportagem é de Gianni Valente, publicada no sítio Vatican Insider, 26-07-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os últimos rumores vaticanos de ótimas fontes já haviam anunciado a sua chegada à Cidade Eterna, destinado a se tornar presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, com sua consequente criação cardinalícia. Na realidade, Dom Pietro Sambi, pelo menos por enquanto, está enfrentando uma prova muito mais desafiadora.
No final da noite da sexta-feira passada, a Nunciatura Apostólica dos Estados Unidos emitiu um comunicado para anunciar que o representante do papa nos EUA encontra-se internado em um hospital não especificado de Washington. As escassas notícias fornecidas falam de uma piora das condições clínicas depois de uma operação em um pulmão, à qual o núncio havia se submetido recentemente no Hospital John Hopkins em Baltimore. O agravamento obrigou os médicos a manter o núncio em coma induzido e em estado de respiração assistida, na tentativa de recuperar a sua funcionalidade pulmonar.
No mesmo comunicado, a Nunciatura, também em nome da família, pediu que "bispos, padres, religiosos e leigos ofereçam sacrifícios e orações pela saúde do Núncio Apostólico". O portal de notícias regionais Romagnanoi.it informa que "toda Sogliano, sua cidade natal, se uniu em torno dos familiares do núncio apostólico, com a esperança de que ele possa voltar em breve para desempenhar a sua missão". Segundo o blog Whispers in the Loggia, alguns de seus familiares teriam sido convocados pela Itália para ir a Washington.
Desde o momento do comunicado emitido pela Nunciatura, não foi fornecido nenhuma atualização sobre as condições do alto diplomata vaticano.
Dom Sambi, nascido em 1938, é um veterano da diplomacia vaticana, representante da prestigiosa linha "realista" e competente que, passando pelo secretário de Estado Agostino Casaroli, remonta ao cardeal Domenico Tardini, que desempenhou os seus ofícios sob Pio XII e João XXIII. Conterrâneo do cardeal Achille Silvestrini, o "supernúncio" foi representante papal em Israel e na Palestina, antes de desembarcar nos Estados Unidos em fevereiro de 2006.
Admirador explícito da vitalidade do catolicismo norte-americano, no primeiro período da presidência Obama, Dom Sambi havia tentado explicar aos bispos dos EUA que o excesso de ataques e de críticas ao novo governo acabariam prejudicando a Igreja, identificando-a com uma espécie de lobby militante antipresidencial. Justamente a ele, que nunca esteve condicionado por preconceitos contra o atual inquilino da Casa Branca, coube gerenciar nomeações e promoções de inúmeros bispos marcados por suas próprias críticas claras e sem descontos contra a política obamiana (como, por último, a transferência à sede "cardinalícia" da Filadélfia do arcebispo de Denver, Charles J. Chaput, representante da corrente da "ortodoxia afirmativa" que está hipotecando boa parte das sedes cardinalícias norte-americanas).
Agora, apesar do trabalho apreciado em geral, os problemas de saúde colocam em segundo plano a perspectiva de sua nomeação iminente para a liderança de um dicastério da Cúria. Reabrem-se assim as possibilidades de promoções e transferências nos palácios do Vaticano, que estava sendo preparados para as férias de verão. E que deveria envolver também outros 51 núncios pontifícios "ativos" de nacionalidade italiana, como o núncio na Itália, Bertello, e o no Brasil, Lorenzo Baldisseri.
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Estados Unidos: continuam graves as condições clínicas do núncio apostólico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU