14 Julho 2011
Os bispos austríacos criticaram um esforço de um grupo de padres que pedem reformas na prática da Igreja, incluindo a abertura do sacerdócio às mulheres e a homens casados, mas os prelados não tomaram nem ameaçaram nenhuma ação disciplinar.
A reportagem é de Cindy Wooden, publicada no sítio Catholic News Service, 12-07-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Michael Pruller, porta-voz do cardeal Christoph Schönborn (foto), de Viena, disse o cardeal planeja se reunir no final de agosto ou setembro com os padres vienenses que estão entre os líderes da Iniciativa dos Párocos, que lançou um Apelo à Desobediência em junho .
A iniciativa, que diz que ter pouco mais de 300 membros, sugere que se faça uma oração pública em todas as missas pela reforma da Igreja; que se dê a Comunhão a todos os que se aproximam do altar em boa fé, incluindo os católicos divorciados que voltaram a se casar sem a anulação do casamento; que se permita que as mulheres preguem na missa; e que se apoie a ordenação de mulheres e homens casados.
Em entrevista por telefone de Viena no dia 11 de julho, Pruller disse que, pelo que ele sabe, os bispos austríacos não discutiram uma resposta comum aos sacerdotes.
"Nenhum bispo ameaçou ações disciplinares, mas, no fim das contas, se um padre leva a sua paróquia para longe do que a Igreja ensina, alguma medida deve ser tomada", disse Pruller.
O Apelo à Desobediência diz que os sacerdotes se sentiram obrigados a seguir suas consciências pelo bem da Igreja na Áustria, porque os bispos têm se recusado a agir.
O cardeal Schönborn emitiu um comunicado no dia 22 de junho e disse que esperou três dias para responder porque ele não queria reagir "a partir da raiva e da tristeza" que a iniciativa dos padres lhe provocou.
"A convocação aberta à desobediência me chocou", disse.
O cardeal afirmou que nenhum dos padres foi ordenado à força e todos juraram obediência em seus esforços para fazer a vontade de Deus.
O cardeal Schönborn disse que seres humanos justo devem seguir sua consciência, e, se os padres realmente acreditam ter um tal conflito extremo de consciência com a Igreja, eles provavelmente deveriam considerar se ainda pertencem à Igreja.
"Eu acredito e espero, no entanto, que esse caso extremo não ocorra aqui", escreveu. Mas, no final, "todos nós decidimos se queremos seguir ou não o caminho junto com o papa, os bispos e a Igreja universal".
Dom Egon Kapellari, de Graz, vice-presidente da Conferência dos Bispos da Áustria, emitiu uma declaração no dia 28 de junho dizendo que a proposta dos padres "ameaça seriamente a identidade e a unidade da Igreja Católica".
Embora os párocos estejam certos em se preocupar com a providência de mais e melhores cuidados pastorais aos católicos do país, a situação na Áustria não é tão drástica a ponto de ser necessário que os padres atuem fora da comunhão com a Igreja universal, afirmou ele.
Uma coisa é chamar a atenção do público para as necessidades da Igreja, disse Dom Kapellari, e outra é incentivar as pessoas a desobedecerem a doutrina e a prática da Igreja.
Dom Kapellari explicou que, embora a consciência pessoal seja um "valor muito respeitado" na Igreja, é errado sugerir que o papa e os bispos não estão agindo em suas próprias consciências ao promover a unidade e a tradição da Igreja.
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300 padres austríacos apelam por reforma na Igreja e pela ordenação de mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU