O novo presidente da Fibria,
Marcelo Castelli, afirmou ontem que a companhia estuda ingressar em áreas complementares à atividade de produção de celulose. Uma das oportunidades em vista é o segmento de bioenergia, a exemplo de sua principal concorrente, a
Suzano Papel e Celulose.
"De forma complementar estudamos a produção de pellets, a produção de biocombustíveis e a geração de bioenergia", disse. Embora demonstre interesse em outras formas de aproveitamento do eucalipto, o executivo disse que não há decisão tomada até o momento.
A reportagem é de
Wellington Bahnemann e publicada pelo jornal
O Estado de S.Paulo, 02-07-2011.
Ele citou, como exemplo, a possibilidade da
Fibria ingressar no mercado de pellets. De acordo com
Castelli, a companhia tem sido procurada por outras empresas para que ingresse nesse segmento.
Contudo, a visão da
Fibria é de que esse mercado ainda não está suficientemente maduro, fortemente dependente de subsídios dos governos, especialmente na Europa. "Esse é o momento de analisar, mas talvez não de entrar. O mercado precisa se tornar um pouco mais regulado", explicou.
Caso opte por ingressar no mercado de bioenergia, a companhia já dispõe, inclusive, de uma base florestal que poderia ser usada para esta finalidade. Trata-se do
projeto Losango, localizado no
Rio Grande do Sul, que já tem 58 mil hectares de eucaliptos plantados em uma área total pouco superior a 100 mil hectares.
Segundo
Castelli, inicialmente esse projeto seria vendido pela companhia dentro de processo de reestruturação após a fusão entre
VCP e
Aracruz, que resultou na
Fibria.
Porém, diante da procura do mercado por bioenergia, a estratégia de venda pode ser descartada. "A decisão estratégica sobre o ativo será tomada em setembro deste ano. Temos intenção de vender o ativo, mas antes de perseguir isso, vamos perseguir a geração de caixa", afirmou, cogitando que a companhia pode fazer parcerias no segmento de bioenergia.
Castelli descartou, porém, a possibilidade da
Fibria se associar a
Suzano para investir em bionergia.
Venda
Castelli disse ainda que a companhia mantém para o final de 2014 a previsão de entrada em operação do projeto de expansão da unidade de
Três Lagoas (MS). Recentemente a
Suzano Papel e Celulose postergou a entrada em operação de duas fábricas no Maranhão e Piauí em ração da perspectiva de uma conjuntura mais adversa de mercado.
"Até agora não decidimos mudar a data. Temos que estar preparados com a base florestal para entrarmos em operação em 2014", disse ele.
Embora mantenha o cronograma de expansão da unidade, o executivo afirmou que a companhia continuará acompanhando o comportamento do mercado ao longo dos próximos meses.
Castelli disse que o momento decisivo para determinar a manutenção ou não da data de inauguração do projeto, em setembro de 2014, será o evento de assinatura da compra dos equipamentos para a construção da unidade. "Pelo nosso cronograma a compra dos equipamentos está prevista para setembro de 2012. A partir disso, a decisão de investimento já estará tomada", disse o executivo.
Desinvestimento
O presidente da Fibria afirmou que a companhia deve anunciar ainda em agosto a decisão sobre a venda da fábrica de
Piracicaba (SP). "Caso o negócio seja fechado no próximo mês, devemos receber os recursos da operação em outubro", projetou o executivo .
A decisão de vender a unidade de Piracicaba faz parte das ações da
Fibria de vender ativos que não fazem parte de seu foco estratégico, que é a constituição de base florestal e a produção de eucalipto, além de gerar mais caixa para melhorar a estrutura de endividamento.
Castelli, contudo, preferiu não comentar quanto a companhia espera captar com essa negociação, uma vez que a venda do ativo ainda está em fase de negociação.
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Fibria estuda investir no setor de bioenergia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU