IECLB publica carta pastoral sobre homossexualidade

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27 Junho 2011

A presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) emitiu, na sexta-feira, 24, Carta Pastoral sobre homoafetividade. O texto reafirma o amor incondicional de Deus, destaca a discriminação sofrida por homossexuais e enfatiza o respeito mútuo pelas posições distintas, de diálogo franco, desarmado e fraternal.

A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 27-06-2011.

Assinado pelo pastor presidente, Nestor Paulo Friedrich, o documento aceita a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como “entidade familiar”, entendida como sinônimo de “família”.
 
Lembra os posicionamentos emitidos em 1999 e 2001, a partir dos quais reafirma que o grau de dificuldade para lidar com o assunto relações homoafetivas ou homossexualidade não diminuiu; que o amor incondicional de Deus pelos humanos é a base essencial para abordar esse tema. Enfatiza que as pessoas de orientação homossexual - por serem discriminadas e estigmatizadas - e seus familiares sofrem muito.
 
Apontou as limitações inerentes à eclesialidade luterana, por não haver um magistério com prerrogativa de estabelecer normas éticas a serem seguidas pelos fiéis. Destaca que pastores e pastoras têm a responsabilidade de orientar as pessoas para o discernimento ético, fortalecendo-as a tomarem, em liberdade e responsabilidade, suas próprias decisões diante de Deus.

Às comunidades, recomenda o zelo para evitar uma postura maniqueísta, que distingue o bem e o mal. Observa que há questões em que cristãos devem lidar com a tensão oriunda da dificuldade de dar respostas rápidas, propõe a convivência com o debate difícil, mas sério, aberto, respeitoso, e diz que a separação entre joio e trigo caberá ao Senhor.

Entende que o importante é o empenho do Estado para superar a intolerância, o preconceito, a estigmatização de comportamentos e as consequências que provocam violência, sofrimento, perseguição e morte. Insiste que a intolerância é fonte de condenações e que, do ponto de vista do Estado, a decisão do STF quer impedir isso.

Assim, espera que o Estado assegure e concretize os direitos fundamentais da liberdade de pensamento, de crença e de manifestação. Que coíba a violência decorrente de posturas extremas, como querer calar a voz dos que buscam o diálogo.

Afirma que somente se crescerá e avançará nesse tema, se a opção for por uma postura de respeito mútuo pelas posições distintas, de diálogo franco, desarmado e fraternal, de busca da superação da exclusão e, que proponha uma “opção radical por manifestações e gestos que deem lugar à graça e ao amor de Deus”.