16 Junho 2011
Publicamos aqui a carta do historiador italiano Massimo Faggioli ao editor da revista católica britânica The Tablet, criticando uma recente resenha sobre a obra do arcebispo Agostino Marchetto sobre o Concílio Vaticano II.
Faggioli é doutor em história da religião e professor de história do cristianismo no departamento de teologia da University of St. Thomas, em Minneapolis-St. Paul, nos EUA. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Ao editor da The Tablet
A honra de ver o meu nome na The Tablet, ao lado de nomes de eminentes teólogos como Jean-Marie R. Tillard e Hermann J. Pottmeyer, não evitou o choque que senti ao ler a última edição (9 de junho de 2011, página 21). Devo dizer que não podia acreditar no que eu li quando vi a resenha de Gavin D`Costa sobre a coleção de resenhas de livros publicados neste último período por Agostino Marchetto sobre a historiografia do Concílio Vaticano II.
Aqueles que leram a Storia del Vaticano II, em cinco volumes, editada pelo falecido Giuseppe Alberigo e a coleção de Marchetto sabe que a avaliação de Gavin D`Costa está bem longe de atingir o alvo, e por várias razões. Ninguém (exceto blogueiros católicos ideologizados) considera a contribuição de Marchetto importante para o debate historiográgico e teológico sobre o Vaticano II – e isso não pelo fato de serem católicos "liberais" ou "conservadores"
Há historiadores e teólogos sérios e, sobre o assunto, jornalistas empenhados em acompanhar o debate sobre o Vaticano II, com visões diferentes.
Como o 50º aniversário se aproxima, é muito deplorável que o revisionismo propugnado por Marchetto tenha sido oferecido aos leitores da The Tablet, graças a uma resenha que claramente não está a par dos problemas em jogo, nem dos seus intérpretes.
Dr. Massimo Faggioli
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Recepção do Vaticano II em discussão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU