15 Junho 2011
As autoridades de Barcelona fecharam o Parque de la Ciudadela para impedir que os "indignados" se manifestem em frente à sede legislativa. Nesse prédio se encontra o Parlamento regional catalão, onde hoje [ontem] se discute o orçamento de 2011. Centenas de pessoas começaram a se reunir durante a tarde da terça-feira em frente às portas fechadas do parque, onde a polícia havia desalojado previamente transeuntes e turistas. No fechamento desta edição, os indignados que ainda permaneciam acampando nas proximidades da praça central da cidade, no marco do movimento denominado 15-M, convocavam os seus seguidores para acompanhá-los nos jardins desse parque, antes de se mobilizar para tentar evitar a primeira sessão do Parlamento.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 15-06-2011. A tradução é do Cepat.
Os manifestantes pretendem cercar o Parlamento regional para impedir que os deputados catalões cheguem ao plenário, onde se debaterá até esta quinta-feira o projeto de lei do orçamento regional 2011. Os "indignados" querem impedir, desse modo, a aprovação do orçamento que prevê um corte do gasto público de 10%, assim como a redução de prestações sociais e sanitárias. O Ajuntamento de Barcelona havia anunciado na segunda-feira que fecharia o parque para evitar os acampamentos e que o fazia a pedido do Departamento do Interior da Generalität.
O fechamento se tornou efetivo a partir das 17h da terça-feira hora local, impedindo indistintamente o acesso das pessoas ao parque e convidando a sair aquelas que se encontravam em seu interior. Às 18h, o parque apresentava um panorama desolador. Ante a presença de numerosos veículos e efetivos policiais, alguns jovens protestavam nas portas do recinto com tambores de água e os elementos necessários para passar a noite no parque, à espera de que outros "indignados" se unissem a eles.
As autoridades catalãs advertiram que a intenção dos jovens de cercar a sede do Parlamento e bloquear o acesso dos deputados constitui um ato criminoso com penas que variam de seis meses a um ano de prisão. O Parlamento havia sido fechado e cercado pelos Mossos d’Esquadra e a Guardia Urbana. A polícia controlava o perímetro do parque para evitar que os acessos à sede legislativa fossem bloqueados. Os parlamentares pediram aos indignados que "respeitem" o direito dos deputados de realizar o seu trabalho "em uma jornada tão transcendental" como a do debate orçamentário, se bem que todos coincidiram em destacar que os protestos são "legítimos".
"Que eles tenham se trancado em seu interior e nós estejamos fora é simplesmente ridículo", lamentava uma mulher de 30 anos, que preferiu não se identificar, e que dormia no parque quando os agentes da Guardia Urbana se aproximaram para pedir que abandonasse o lugar por motivos de segurança. O movimento de indignados, nascido no dia 15 de maio como porta-voz de milhões de espanhóis exasperados pelas consequências da crise econômica, levou a cabo diversas mobilizações no último mês, especialmente, acampamentos de protestos em várias cidades espanholas.
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Os indignados desafiam o fechamento de parque em Barcelona - Instituto Humanitas Unisinos - IHU