23 Mai 2011
"As mudanças propostas para o Código Florestal, além disso, retiram legitimidade da posição brasileira nas negociações internacionais sobre redução de emissões de gases do aquecimento global, justamente no Ano Internacional das Florestas", escreve Carlos Eduardo Young, economista da UFRJ, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 24-05-2011.
Segundo ele, "o caso dos biocombustíveis é paradigmático: apesar do potencial brasileiro no setor, a persistência do desmatamento tem criado problemas para a aceitação do etanol e biodiesel no exterior, pois o comprador não sabe se esses produtos contribuíram, para o aumento das queimadas e derrubadas e, assim, das emissões de carbono".
Eis o artigo.
O argumento dos defensores das mudanças no Código Florestal é que, permitindo-se mais desmatamento, garante-se desenvolvimento. Contudo, as evidências vão em sentido contrário. A análise combinada dos dados de desmatamento e dos censos agropecuário e demográfico prova que o Índice de Desenvolvimento Humano não aumenta com mais desmate.
Também existem evidências sólidas de que o processo de desmatamento está associado a problemas de propagação de doenças, como a transmissão de malária, mal de Chagas e outras enfermidades contagiosas, e ao aumento da violência.
As mudanças propostas para o Código Florestal, além disso, retiram legitimidade da posição brasileira nas negociações internacionais sobre redução de emissões de gases do aquecimento global, justamente no Ano Internacional das Florestas.
O caso dos biocombustíveis é paradigmático: apesar do potencial brasileiro no setor, a persistência do desmatamento tem criado problemas para a aceitação do etanol e biodiesel no exterior, pois o comprador não sabe se esses produtos contribuíram, para o aumento das queimadas e derrubadas e, assim, das emissões de carbono.
O Brasil possui uma imensa riqueza florestal. Usar esses recursos no longo prazo, lembrando que os ativos naturais estão cada vez mais valorizados no tempo, é uma estratégia mais correta do que destruí-los em troca de retornos de curto prazo.
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Do ponto de vista econômico, desmatamento é tiro no pé - Instituto Humanitas Unisinos - IHU