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21 Mai 2011

A flexibilização do Papa Bento XVI das restrições sobre o uso do Missal Romano de 1962, às vezes chamado de rito tridentino, é apenas o primeiro passo de uma "reforma da reforma" na liturgia, disse o mais alto ecumenista do Vaticano. O objetivo de longo prazo do papa não é simplesmente permitir que os ritos novos e antigos convivam, mas sim ir em direção a um "rito comum", que seja formado pelo enriquecimento mútuo das duas formas da missa, disse o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, no dia 14 de maio.

A reportagem é da revista America, dos jesuítas dos EUA, 23-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Com efeito, o papa está lançando um novo movimento de reforma litúrgica, disse o cardeal. Aqueles que resistem a ele, incluindo os "rígidos" progressistas, leem equivocadamente o Concílio Vaticano II como uma ruptura com a tradição litúrgica da Igreja, afirmou.

Anthony Ruff, OSB, manifestou surpresa com a indicação do cardeal de que mais mudanças litúrgicas estão para vir. Pe. Ruff leciona liturgia, música litúrgica e canto gregoriano no seminário e universidade St. John`s University School of Theology, em Collegeville, Minnesota, e é um dos principais colaboradores do blog Pray/Tell.

"É muito surpreendente", disse, "ouvir explicitamente sobre a intenção de desfazer as reformas litúrgicas desde o Vaticano II e refazê-las de uma forma mais tradicional, embora ainda não saibamos o que isso signifique concretamente. Isso dá aos liturgistas muito o que pensar e se preocupar".

O cardeal Koch fez seus comentários durante uma conferência em Roma sobre a Summorum Pontificum, carta apostólica do Papa Bento XVI de 2007, que oferecia uma maior liberdade para o uso do rito tridentino. O cardeal Koch disse que o Papa Bento acredita que as mudanças litúrgicas do pós-Vaticano II trouxeram "muitos frutos positivos", mas também problemas, incluindo um foco sobre questões puramente práticas e uma negligência do mistério pascal na celebração eucarística. O cardeal disse que é legítimo perguntar se os inovadores litúrgicos deliberadamente foram além das intenções do Concílio.

Ele disse que isso explica por que o Papa Bento XVI introduziu um novo movimento de reforma, começando com a Summorum Pontificum. O objetivo, segundo ele, é revisitar os ensinamentos do Vaticano II na liturgia e fortalecer certos elementos, incluindo as dimensões cristológica e sacrificial da missa. Ele disse que a Summorum Pontificum é "apenas o começo desse novo movimento litúrgico".

"Na verdade, o Papa Bento sabe muito bem que, a longo prazo, não podemos nos deter em uma coexistência entre a forma ordinária e a forma extraordinária do rito romano, mas que, no futuro, a Igreja, naturalmente, mais uma vez, precisará de um rito comum", disse.

"No entanto, como uma nova reforma litúrgica não pode ser decidida teoricamente, mas exige um processo de crescimento e de purificação, o papa, por enquanto, está sublinhando, acima de tudo, que as duas formas do rito romano podem e devem se enriquecer mutuamente", explicou.