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No que eu acredito: uma ética de esquerda

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10 Mai 2011

“Seguem algumas lições que aprendi com meus mestres. Converti-me naquilo que Camus chamaria de um ‘reformista radical’. Pratico o que Michel Foucault denominaria de uma ‘moral da incomodidade’. Albergo a ambição de alcançar uma “felicidade sem obrigação de transcendência”, como acredito que Espinosa poderia ter dito. Trata-se simplesmente de uma ética de esquerda”, escreve Jean Daniel, em artigo publicado no El País, 06-05-2011. A tradução é do Cepat.

Jean Daniel é jornalista e um dos fundadores da revista francesa Le Nouvel Observateur.

Eis o artigo.

Seguem algumas lições que aprendi com meus mestres. Converti-me naquilo que Camus chamaria de um “reformista radical”. Pratico o que Michel Foucault denominaria de uma “moral da incomodidade”. Albergo a ambição de alcançar uma “felicidade sem obrigação de transcendência”, como acredito que Espinosa poderia ter dito. Trata-se simplesmente de uma ética de esquerda.

1. Já não quero mudar o mundo; quero reformá-lo. De fato, creio que o mundo muda por si mesmo muito mais rapidamente do que nosso desejo de mudá-lo. Mas se quero ser reformista não é apenas porque tenha renunciado à revolução, mas porque creio nos progressos, e quero destacar que escrevi esta última palavra no plural. É evidente que já não se pode acreditar no progresso no sentido em que o faziam Condorcet, Marx ou Augusto Comte. Mas antes que uma águia lhe devorasse o fígado, Prometeu conseguiu roubar certos segredos de Zeus; e entre eles havia alguns que tornaram possível que a humanidade desse um enorme salto rumo ao conhecimento. A reforma consiste em fazer desaparecer aqueles segredos que resultaram ser maléficos.

2. O século passado nos deveria ter levado a desconfiar de todas as revoluções, a compreender todas as resistências e abraçar o espírito reformista. Na condição de que essa conversão se leve a cabo com um radicalismo que impede que os compromissos se convertam em arranjos. O “reformismo radical” exclui qualquer relativismo desencantado. Mendes-France dizia que a tensão reformadora deve inocular constantemente pateticismo na virtude. A democracia dever ser uma paixão.

3. A explosão dos dogmas e das ideologias deveria nos condenar à humildade e a um verdadeiro culto da complexidade. À margem das justas políticas e dos divertimentos das polêmicas, o peremptório já não é suportável. No que me diz respeito, decidi interessar-me sempre pelas razões daqueles que estão em desacordo comigo. Neste terreno, meu mestre é Raimundo Lulio, um monge de Mallorca do século XIII que convidava os ímpios a não escolher entre os três monoteísmos, mas formar sua própria síntese pessoal.

4. A sabedoria consiste agora em nunca separar os conceitos de liberdade e igualdade. A primeira sem a segunda conduz à selva das competições. A igualdade sem liberdade leva à uniformidade e à tirania. Tampouco se deveria separar nunca a preocupação com a criação de riquezas da preocupação com sua distribuição. O homem segue sendo a meta de toda a criação.

5. Desde esta ótica, o dinheiro só pode ser o símbolo de uma mercadoria e o instrumento que serve para fazê-la circular melhor. Quando a especulação leva a considerar o dinheiro como um fim e não como um meio, em outras palavras, quando o capital se “financiariza”, a sociedade inteira se transforma em uma bolsa de valores que pode apenas optar entre um individualismo cínico e um latrocínio organizado.

6. Segundo Marx, a violência é provocada pela passagem de uma sociedade para outra, como ocorreu durante a transição do feudalismo para o capitalismo. Somente neste caso considera que a violência é progressista ou, caso se queira, revolucionária. Contrariamente ao que se repete por toda parte, esta noção não é hegeliana. Hegel elogiou a Revolução (1789), mas não o Terror (1793), no qual não viu nenhum progresso, mas o contrário: uma regressão. Não existe, pois, uma fatalidade progressiva da violência, mas o contrário. Sou partidário de uma não violência ofensiva e não sacrificial.

7. Não obstante, pode acontecer que uma guerra ao mesmo tempo “inevitável e inescusável” seja necessária por razões de autodefesa. Mas só poderia ser declarada como último recurso, depois de descartar todas as outras soluções. Uma vez que se decidiu ir à guerra, é preciso ter em mente três reflexões: a) “Sim, às vezes é preciso resignar-se à guerra, mas sem esquecer nunca que, apesar da equidade da causa, isso significa participar da eterna loucura dos homens” (Barack Obama); b) “Cada vez que um oprimido toma as armas em nome da justiça, dá um passo no campo da injustiça” (Camus); c) “A justiça, essa fugitiva que com frequência deserta do campo dos vencedores” (Simone Weil).

8. Não está no destino de uma vítima continuar sendo vítima; depois de se libertar, pode converter-se em verdugo. Todos aqueles que aceitam responder à barbárie com a barbárie, utilizando as mesmas armas que seus inimigos e traindo assim os valores pelos quais combatem, deveriam ter presente este pensamento. Neste caso, não há inocentes, apenas vencedores ou mortos. Em uma época em que a fragmentação dos dogmas e os conflitos da fé conduzem aos fanatismos e na qual é cada vez mais difícil falar de valores universais, um ódio deve se impor – e a palavra não é muito forte: o ódio para com todos os absolutos. O princípio do extermínio de um povo constitui o mal absoluto. Os sobreviventes de Auschwitz e Ruanda não devem dizer: “Nós nunca mais”, mas “isto nunca mais”.

9. Já na minha mais tenra infância aprendi a considerar a humilhação como um dos piores males da humanidade. Mais ainda que as opressões, as ocupações e as alienações, a humilhação é o que fere mais profundamente a alma de um indivíduo ou de uma coletividade. E o que está por trás das revoluções controladas e das revoluções fanáticas.

10. Há vários meios para não sucumbir à resignação diante das desgraças da vida e da maldição dos homens. Por exemplo, considerar que “a vida não é nada, mas nada vale mais que uma vida” (Malraux), que “não se deve buscar a Deus em nenhuma outra parte senão em todas as partes” (Gide) e que só a admiração que se transforma em amor pode nos impedir de ver a vida como “uma história contada por um idiota, cheia de ruído e de furor e que nada significa” (Shakespeare). De qualquer modo, como disse magnificamente François Cheng, “todos os juízos, todos os cultos e todos os ritos podem desaparecer, salvo um, o da Beleza”.


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