10 Abril 2011
Roger Vangheluwe se refugiou na embaixada vaticana de Bruxelas com a intenção de abandonar o país nos próximos dias, diante da pressão social originada na Bélgica ao ser revelado que um caso de pedofilia havia prescrito.
A reportagem é da agência Efe, 10-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O ex-primaz da Bélgica e ex-bispo da diocese de Bruges, Roger Vangheluwe, pediu asilo diplomático na embaixada da Santa Sé em Bruxelas com a intenção de abandonar o país, após ser anunciado que ele não será julgado por um caso de pedofilia.
Vangheluwe se refugiou nessa embaixada com a intenção de abandonar o país nos próximos dias, diante da pressão social originada na Bélgica ao ser revelado que esses crimes haviam prescrito, segundo informações do jornal Het Laatste Nieuws.
Na semana passada, o fiscal encarregado do caso anunciou que o ex-bispo não terá que responder pelo seu crime diante da Justiça, porque os fatos haviam acontecido há mais de 30 anos.
Vangheluwe, de 74 anos, foi removido pelo Papa Bento XVI em abril do ano passado depois de serem reconhecidos os abusos a uma menor de seu entorno, à qual, segundo a mídia belga, ele pagou para que não denunciasse o ocorrido até que o crime prescrevesse.
Desde então, ele se encontrava retirado em uma remota abadia em Flandres, mas o anúncio de que ele não será julgado fez com que seu nome voltasse a atrair a indignação social diante dos casos de pedofilia dentro da Igreja e inclusive fez com que algumas vozes do âmbito eclesiástico exijam que ele seja excomungado.
O caso Vangheluwe foi um dos investigados pela Comissão Adriaenssens, a pedido da Conferência Episcopal.
O psiquiatra infantil Peter Adriaenssens, que dirigiu as pesquisas, renunciou a seu cargo de presidente da comissão após denunciar as "pressões" e a lei do silêncio que imperaram durante décadas dentro da instituição.
Seu relatório tornou públicos mais de 450 casos de abusos por membros do clero nos internatos da Igreja entre 1960 e 1985, e revelou que houve 13 suicídios de vítimas.
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Ex-primaz da Bélgica pede asilo na embaixada do Vaticano de Bruxelas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU