Onda de protestos chega forte ao Bahrein; repressão deixa 5 mortos

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17 Fevereiro 2011

O Exército do Bahrein tomou ontem pontos estratégicos da capital, Manama, para conter protestos por reformas democráticas. Há quatro dias a onda que já derrubou autocratas na Tunísia e Egito chacoalha o emirado árabe. Soldados avançaram ontem de manhã sobre opositores que acampavam na Praça Pérola (já considerada a "Praça Tahrir do Bahrein"), enquanto vários manifestantes dormiam, deixando 5 mortos e mais de 230 feridos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, 18-02-2011.

Em nota anunciada na TV estatal, o Exército afirmou que a ocupação da capital busca proteger o patrimônio e "defender o povo". As manifestações, porém, têm sido pacíficas.

O Ministério do Interior disse que as forças de segurança exortaram ainda a população a voltar para casa. O governo afirma temer que a violência nas ruas leve a um enfrentamento sectário no país. O Bahrein, país com 70% da população xiita, é governado por uma monarquia sunita.

"Corremos perigo de ver uma polarização entre xiitas e sunitas. Isso é muito perigoso", disse o ministro das Relações Exteriores de Manama, Khaled al-Khalifa. "Estamos na beira do abismo sectário."

No mês passado, temendo o contágio dos distúrbios na Tunísia e no Cairo, o Bahrein deu um cheque de 2.400 para cada família de cidadãos do país.

A oposição, liderada por xiitas, exige a renúncia imediata da monarquia de Hamad bin Isa al-Khalifa, além da implementação de reformas constitucionais para assegurar liberdades democráticas e de políticas para promover justiça social. "Essa repressão é uma atrocidade", disse Abdul Khalil Khalil, um dos líderes do partido Wefaq, de oposição. "Quem tomou a decisão de atacar os manifestantes tinha por objetivo matá-los", completou o líder opositor.

Diante do hospital para onde estavam sendo levados os feridos da Praça Pérola, manifestantes em revolta gritavam "Morte a Khalifa!", em referência ao monarca que governa o país desde 2000, quando seu pai, Isa bin Salman al-Khalifa, morreu. "Eles fizeram as pessoas se sentirem seguras", explicou Fatima Ali, enfermeira no centro médico, referindo-se a aparente tolerância oficial nos primeiros dias. "Então, começaram a matar."

Do lado de dentro do centro médico, mães corriam a procura de crianças que desapareceram no tumulto no centro da capital. O cirurgião Sadeq al-Karim havia se voluntariado para prestar auxílio aos manifestantes, mas foi parar em uma maca no hospital, inconsciente, depois da invasão policial. / NYT e REUTERS

FICHA TÉCNICA

Pequeno emirado, tem a economia mais desenvolvida do Golfo e é aliado dos EUA

Chefe de Estado
al-Khalifa

Dinastia no poder
desde 1783

População
738 mil

Área
760 km/2

Língua oficial

 Árabe

 Geopolítica

Abriga a 5ª frota da Marinha americana