09 Fevereiro 2011
Após reunião entre os presidentes das seis centrais sindicais que encabeçam a negociação do salário mínimo com o governo, as entidades decidiram entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff com avaliações sobre as políticas econômicas adotadas no começo da nova gestão. Além disso, definiram que tentarão renegociar o mínimo no valor de R$ 560, e não mais de R$ 580. A proposta do governo é de R$ 545.
A reportagem é de Marcela Rocha e Dayanne Sousa e publicada no Terra Magazine, 09-02-2011.
Na última sexta-feira, essas mesmas centrais tentaram entrar em acordo sobre o reajuste do salário mínimo. Sem sucesso, as entidades ameaçaram encerrar a tentativa de consenso. Mas, agora, segundo Paulo Pereira, da Força Sindical, tentam renegociar. Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), confirma que as entidades podem aceitar um valor mais baixo. "Nós queremos manter esse canal de negociação aberto, é claro que se chegarem a um valor interessante a gente não vai negar".
As centrais elaboraram também um calendário de manifestações para pressionar o governo. A primeira, já nesta quarta-feira (9) em São Paulo, reuniu metalúrgicos para assembleia e paralisação de duas horas.
Participantes da reunião procuraram seus interlocutores no governo para tentar assegurar a manutenção do diálogo antes que enviem a proposta de R$ 545 ao Congresso, como prometeu o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Sérgio.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi procurado, assim como o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). As centrais também pretendem dialogar com Carlos Luppi (ministro do Trabalho), Garibaldi Alves Filho (Previdência Social) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Os sindicalistas pedem ainda um encontro direto com a presidente Dilma e devem encontrar Luppi nesta quarta-feira (9). O jornal Folha de S. Paulo, porém, publica que Gilberto Carvalho declarou que o Palácio do Planalto considera encerrado esse debate.
Durante a reunião dessa segunda-feira (7), os presidentes das entidades fizeram diversas críticas ao governo Dilma e o compararam à gestão FHC. O paralelo entrará na carta que pretendem entregar aos três Poderes, segundo conta um dos participantes da reunião. As centrais presentes eram: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CGTB e Nova Central Sindical. Além disso, o Dieese também participou do encontro.
Nesta terça, as entidades se reuniram com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-Teto. Caso as tentativas sejam frustradas e o governo leve sua proposta de mínimo ao Congresso, as centrais devem apelar para os presidentes das duas Casas, Marco Maia (Câmara) e José Sarney (Senado). O intuito, segundo defenderam na reunião, é sinalizar às bases que continuam defendendo as bandeiras trabalhistas, mesmo que percam a negociação, que já está quase rompida.
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Centrais já admitem mínimo de R$ 560 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU