15 Julho 2022
"É uma prévia fascinante do que poderemos aprender sobre o universo no futuro graças a este telescópio." Declara Guy Consolmagno, diretor do Observatório do Vaticano, comentando as primeiras fotografias do espaço profundo tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb: "A pesquisa científica por trás deste telescópio representa a tentativa de usar a inteligência que Deus nos doou para entender a lógica do Universo”.
“As novas imagens do telescópio Webb são realmente entusiasmantes! É extraordinário o que mostram, pois cada um de nós pode ver com os próprios olhos. É uma prévia fascinante do que poderemos aprender sobre o universo no futuro graças a este telescópio”. O jesuíta Guy Consolmagno, diretor do Observatório do Vaticano, está entusiasmado ao comentar as primeiras fotografias do Espaço Profundo tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb, o maior e mais poderoso telescópio espacial até hoje: "Essas imagens representam um alimento precioso e necessário para a espírito humano - não se vive só de pão - sobretudo na época atual".
Nebulosa de Carina captada pelo Telescópio James Webb da NASA (Foto: Reprodução | NASA)
A entrevista é de Riccardo Benotti, publicada por Agência SIR, 13-07-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Existe também uma satisfação pessoal neste marco?
A alegria que sinto por esse sucesso também tem um lado privado. A astronomia é um âmbito restrito e nós, astrônomos, tendemos a nos conhecer todos. A maioria dos cientistas que construíram a instrumentação e projetaram as observações do telescópio Webb são meus amigos pessoais. Eu sei quanto tempo e esforço eles e seus colegas dedicaram ao desenvolvimento deste extraordinário telescópio espacial.
É uma homenagem ao grande poder do espírito humano, ao que podemos realizar quando trabalhamos juntos.
As imagens são fascinantes em nível científico, mas também testemunham a incrível beleza do Universo...
A pesquisa científica por trás deste telescópio representa uma tentativa de usar a inteligência que Deus nos doou para entender a lógica do Universo.
O Universo não poderia funcionar se não fosse um Universo lógico.
No entanto, como essas imagens mostram, o Universo não é apenas lógico, também é belíssimo. É a Criação de Deus que se revela a nós, e nela podemos perceber Seu poder extraordinário e Seu amor pela beleza.
Primeiro Campo Profundo do Telescópio James Webb. Esta imagem do aglomerado de galáxias SMACS 0723 está repleta de detalhes. Milhares de galáxias — incluindo os objetos mais fracos já observados no infravermelho — apareceram na visão de Webb pela primeira vez. Esta fatia do vasto universo cobre um pedaço de céu aproximadamente do tamanho de um grão de areia mantido à distância de um braço por alguém no chão. (Foto: Reprodução | NASA)
A ciência como conquista do homem ou dom de Deus?
Grande é a admiração e a gratidão ao pensar que Deus doou a nós, seres humanos, Sua criação, a capacidade de ver e compreender o que Ele criou. “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste” (Salmo 8).
Essa conquista científica e tecnológica também é significativa para a Companhia de Jesus e sua longa tradição no estudo do Universo?
A presença de vapor d'água capturado pelo telescópio Webb na atmosfera de um exoplaneta me emocionou profundamente.
Há cerca de 150 anos, o padre jesuíta Angelo Secchi colocou um prisma circular em frente à objetiva de seu telescópio no telhado da igreja de Sant'Ignazio em Roma e realizou a primeira espectroscopia astronômica da atmosfera dos planetas do nosso sistema solar.
Eu só posso imaginar como ele ficaria feliz em ver a ciência de que foi pioneiro aplicada a planetas desconhecidos que orbita ao redor de estrelas distantes.
Quinteto de Stephan. É um agrupamento visual de cinco galáxias, em que elas interagem umas com as outras há milhões de anos e criam estruturas cheias de atividade cósmica. Este enorme mosaico é a maior imagem de Webb até hoje, cobrindo cerca de um quinto do diâmetro da Lua. (Foto: Reprodução | NASA)
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