17 Junho 2010
O presidente Obama faria bem em parar um pouco de linchar a BP e refletir sobre a resposta oficial e corporativa norte-americana a um desastre humano e ambiental muito maior: Bhopal, Índia, 1984.
Nuvens de gás letal emitidas por uma fábrica da empresa norte-americana Union Carbide no coração dessa cidade central indiana imediatamente mataram cerca de 2.250 pessoas e afetaram a saúde de outras 500.000. Desse total, estima-se que entre 15.000 e 30.000 pessoas morreram posteriormente como consequência do acidente e dezenas de milhares de outras continuam doentes.
Até hoje, Bhopal tem as cicatrizes humanas e físicas do desastre, que nunca foi propriamente limpo – nem antes, nem depois da Union Carbide vender seu negócio na Índia para um grupo local em 1992. A Union Carbide ainda não admitiu responsabilidade pela catástrofe, que ela atribui a uma “sabotagem”.
Grande parte do sofrimento subsequente e da incapacidade em encontrar os responsáveis foram causados pelos governos local e nacional indiano, que pareciam mais preocupados em brigar entre si do que em ajudar as vítimas. Outra falha foi do sistema jurídico da Índia, absurdamente lento e por vezes parcial. Somente neste mês, 26 anos após o evento, os tribunais finalmente julgaram culpados sete membros administrativos e técnicos indianos, todos hoje com mais de 70 anos. Eles receberam sentenças de dois anos de prisão e pequenas multas e foram soltos sob fiança.
(Cfr. notícia do dia 17.06.2010 desta pág.)
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Lembre do desastre humano e ambiental de Bhopal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU