Retratos do Brasil. A nova Senzala: Trabalho escravo avança em São Paulo

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Dezembro 2006

Jornadas intensas de trabalho, alojamentos precários, salários miseráveis. Assim vivem milhares de bolivianos em situação análoga a da escravidão. Tudo isso acontece no centro de São Paulo.
As jornadas de trabalho duram até 18 horas nas oficinas de costura da Rua do Lucas, que dista cerca de 12 quilômetros da sede da Polícia Federal, na Lapa, e menos de 5 da sede da Delegacia Regional do Trabalho, no centro. As máquinas operam das 6 da manhã às 10 da noite. Muitas vão até a meia-noite, por insistência dos bolivianos - que trabalham até não parar mais em pé, pois ganham pelo que produzem.

Quando param, jogam um colchonete sob a máquina e dormem ali; ou então se espremem em beliches de pequenos quartos, áreas de serviço, banheiros. Só saem dali aos sábados à tarde e aos domingos.
O pior é a situação das crianças. Quando começam a engatinhar são presas à máquina de costura por uma cordinha.
No Centro de Apoio, uma senhora que viveu oito meses trancafiada numa oficina e foi posta na rua com três filhos, após brigar e apanhar do marido e do dono da oficina, diz: "As crianças ficavam trancadas no quarto ou então amarradas, para não pôr as mãos nas máquinas nem atrapalhar o serviço."

(cfr. notícia do dia 19-12-06, desta página).