25 Outubro 2022
Organismos vinculados à comunicação emitiram nota frisando que “fake news não é notícia, e desinformação não é jornalismo”, em apoio à decisão do TSE de condenar comentários desabonadores ao candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Por quatro votos a três, magistrados concordaram com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Segundo o ministro, “é evidente a veiculação de informação inverídica tendente a desinformar a população acerca do desfecho dos processos criminais”.
Em comunicados internos, informam a repórter Carolina Brígido e o seu colega Paulo Roberto Netto, do UOL, a Jovem Pan recomenda seus profissionais que evitem expressão como “ex-presidiário”, “descondenado”, “ladrão”, “corrupto” e “chefe de organização criminosa”. O TSE obrigou a emissora a conceder direito de resposta à campanha do ex-presidente Lula.
O presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, destacou que “todas as pessoas são inocentes até que juiz competente e isento analise eventuais acusações, pondere provas e decida sua culpa”. Disse que há “fato sabidamente inverídico a ser combatido e contra o qual cabe direito de reposta”.
Os trechos analisados pelo TSE envolvem falas de comentaristas nos programas Morning Show e os Pingos nos Is, exibidos dias 29 a 31 de agosto. Em editorial, a Jovem Pan afirmou que a decisão do TSE é censura.
“Não podemos aceitar, sob hipótese alguma, qualquer tipo de censura à atividade jornalística. Trata-se de uma gravíssima e revoltante forma de ataque à democracia, que infelizmente marca a história do Brasil – especialmente durante a ditadura militar, mas também em tempos mais recentes. Justamente por isso é inaceitável que acusem a decisão do TSE de ser uma forma de censura”, dizem as organizações que assinam o manifesto.
Elas lamentam que “neste momento, esse conceito esteja sendo usado de forma tão deturpada por veículo de comunicação, principalmente concessionários públicos, na tentativa de levar à frente uma espécie de vitimismo tacanho e obter licença para continuar a mentir, difamar e avarias os pilares do regime democrático”.
O caminho jornalístico da Jovem Pan “causa consternação”, ao propagar desinformação, “que não tem origem certa, apuração verificável ou qualquer referencial nos princípios básicos do bom jornalismo e, no fundo, buscam destruir a credibilidade das instituições democráticas”.
Treze organizações assinam a nota: a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Instituto Vladimir Herzog, Intervozes, a Federação Nacional dos Jornalistas, o Observatório da Ética Jornalistas (objETHOS), o International Center for Informtion Ethics, Artigo 19, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, DIRACOM – Direito à Comunicação e Democracia, a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNDC) o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e os Sindicatos de Jornalistas Profissionais de São Paulo e do Pará.
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Desinformação não é jornalismo, diz nota em apoio à decisão do TSE contra a Jovem Pan - Instituto Humanitas Unisinos - IHU