Via Sacra no Coliseu: texto e gestos são contestados por católicos gregos ucranianos e latinos

Foto: Pixabay

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

13 Abril 2022

 

O sítio Il Sismografo, 12-04-2022, publicou a meditação da XIII Estação da Via Sacra no Coliseu, em Roma, na próxima Sexta-Feira Santa. Os greco-católicos ucranianos (e também os católicos latinos) contestam tal meditação, junto com o fato de que, no momento da leitura desse texto, está previsto que famílias de ucranianos e de russos, juntas, carreguem a cruz.

 

A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis o texto.

 

XIII Estação – Jesus morre na cruz

 

L. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum.

 

“Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: ‘Eloi, Eloi, lamá sabactâni?’, que quer dizer: ‘Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?’ Alguém, correndo, encheu de vinagre uma esponja, colocou-a na ponta de uma vara, e deu para Jesus beber, dizendo: ‘Deixem, vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz!’. Então Jesus lançou um forte grito, e expirou” (Mc 15,34.36-37; trad. Bíblia Pastoral)

 

A morte ao redor. A vida que parece perder valor. Tudo muda em poucos segundos. A existência, os dias, a tranquilidade da neve de inverno, ir buscar as crianças na escola, o trabalho, os abraços, as amizades… tudo. Tudo repentinamente perde valor.

 

“Onde estás Senhor? Onde te escondeste? Queremos a nossa vida de antes. Por que tudo isso? Que culpa cometemos? Por que nos abandonaste? Por que abandonaste os nossos povos? Por que dividiste deste modo as nossas famílias? Por que não temos mais a vontade de sonhar e de viver? Por que as nossas terras se tornaram tenebrosas como o Gólgota?”

 

As lágrimas acabaram. A raiva deu lugar à resignação. Sabemos que Tu nos amas, Senhor, mas não sentimos esse amor, e isso nos enlouquece. Acordamos de manhã e, por alguns segundos, somos felizes, mas logo depois nos lembramos de como será difícil nos reconciliar.

 

Senhor, onde estás? Fala no silêncio da morte e da divisão, e nos ensina a fazer a paz, a ser irmãos e irmãs, a reconstruir o que as bombas gostariam de aniquilar.

 

Senhor Jesus, que nos amaste até o fim.
R. Dona nobis pacem.

Tu que, morrendo, destruístes a morte.
R. Dona nobis pacem.

Tu que, exalando o último suspiro, nos deste a vida.
R. Dona nobis pacem.

T. Pater Noster...

Senhor Jesus,
do que do teu lado perfurado
fizeste brotar a reconciliação para todos,
escuta as nossas humildes vozes:
faz que as famílias destruídas pelas lágrimas e pelo sangue
creiam no poder do perdão
e a todos nós, que construamos a paz e a concórdia.
Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.
R. Amém.

 

Leia mais