25 Outubro 2021
De 166 outorgas emitidas desde 2019 para sinal digital, 67 atenderam grupos religiosos; Ministério das Comunicações afirma que padrão é decidir por ordem de chegada.
A reportagem é de Italo Bertão Filho e Bruno de Castro, publicada por O Estado de S. Paulo, 25-10-2021.
Desde o início do governo Jair Bolsonaro, 67 concessões de TV aberta digital contemplaram entidades ligadas a grupos religiosos. Somados, canais católicos e evangélicos obtiveram 40% de todas as 166 outorgas e consignações digitais autorizadas – porcentual que chega a 55% quando se leva em conta também licenças para emissoras de aliados e para a própria TV Brasil, comandada por uma empresa estatal federal.
A TV Canção Nova, ligada à Igreja Católica, é a recordista. A emissora recebeu 34 autorizações de retransmissoras de TV digital em cidades de Minas Gerais, São Paulo, Ceará e Paraná. Individualmente, nenhum outro canal foi tão contemplado no governo Bolsonaro. Os dados foram obtidos pelo Estadão por meio da Lei de Acesso à Informação.
Na sequência do ranking, a Rede Vida, também católica, obteve 17 licenças em Alagoas, Amapá, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Outras estações católicas aparecem nesse grupo, como a TV Aparecida, com 4 licenças.
Grupos ligados a denominações evangélicas, base eleitoral de Bolsonaro, receberam um número menor de licenças na comparação com os católicos. Foram seis consignações e outorgas que contemplaram canais da Igreja Batista da Lagoinha, TV Novo Tempo (adventista), Assembleia de Deus Amazonas e Rede Mundial, liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, liderança próxima ao presidente.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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TVs católicas e evangélicas recebem 40% das licenças na gestão Bolsonaro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU