17 Setembro 2021
Bolsonaro detonado
Esse país virou um matadouro. Hoje, no Tocantins, PF entra em aldeia e mata indígena na frente de crianças e mulheres.
Vídeo mostra policiais carregando o corpo.
Policiais entram em aldeia e matam indígena na frente de crianças e mulheres. Disponível aqui.
Editorial da Science de hoje sobre o relatório do IPCC: Governos: Atuem já.
Mensagem não poderia ser mais clara de que a Ciência já fez seu papel, e agora é com os governos. A pressão sobre a COP-26 aumentou muito com este ultimo relatório do IPCC.
O Editorial enfatiza as mensagens do IPCC: Algumas mudanças importantes são irreversíveis. E a possibilidade de limitar o aquecimento a 1.5 -2.0 graus está se fechando rapidamente.
Temos que agir já.
Climate science speaks: “Act now”. Disponível aqui.
O Brasil. Pior salário de professores no mundo. Sim, um país em que a massa de trabalhadores, quando trabalha, ganha 300 dólares. O mesmo não pode ser dito de juízes, generais, deputados e filhos rachadinhos de políticos corruptos. Essa é a medida social concreta de nossa derrota, a derrota do povo do Brasil, para o modo de ser do capitalismo aqui, seus senhores, agregados e gestores, nessa coisa que, por falta de conceito mais preciso, chamamos de nação. O século XIX é aqui.
A gente passou os últimos 70 anos se perguntando como alguns médicos aderiram ao nazismo. E como alguns deles – como Mengele – foram capazes de fazer experiências danosas com outros seres humanos. Mas o Brasil, essa pátria imperdoável, nos ajuda a entender. Hoje saíram as denúncias sobre médicos da Prevent Senior que fizeram experiências com seus pacientes (pessoas idosas atendidas por esse plano dedicado a elas), matando-os com cloroquina, assinando atestados de óbito em que mascaravam a causa real da morte – Covid-19 --, entre outras atrocidades. Faziam experiências não autorizadas com pessoas idosas e com comorbidades enquanto se gabavam de ter sido citados pela Besta no Poder.
É o horror brasileiro, mais uma vez. Não poderá haver anistia, conciliação ou outro jeitinho para acomodar – recalcar, na verdade – isso em nossa história. O que foi feito aqui por esse governo e esses e outros médicos país afora é um momento tenebroso da história do Século XXI, sobre o qual estaremos falando universalmente nos próximos séculos. Não que isso signifique alguma coisa. Houve Mengele e nem assim muitos médicos brasileiros mudaram sua visão. Aqui, em vez da supremacia racial nazista, ocorreu (e continua a ocorrer) a supremacia de classe. Os velhinhos que pagam o plano de saúde a duras penas são de classe média. A medicina, para muitos, é um caminho para ascender à classe média alta. Daí a reação abjeta da classe – e de muitos jovens estudantes de Medicina -- contra os médicos cubanos, lembram? Tinha a ver com reserva de mercado. Mas também com a possibilidade de nós, brasileiros, enxergarmos nesses médicos estrangeiros um tipo de Medicina civilizadora e que não seja apenas para enriquecer as clínicas. Daí a grita de muitos médicos contra o SUS e a adesão significativa dos doutores à Besta nas últimas eleições.
Eu não costumo escrever muito por aqui. Não vejo tanto sentido. Mas hoje eu precisava.
Via André Vallias
Constitucionalismo 'new age' e seu 'coach'
CONRADO HÜBNER MENDES
Elegemos um delinquente político na esperança de que sua delinquência fosse mal menor e na confiança de que teríamos aptidão para moderá-lo. Bastaria lhe aplicar um choque de freios e contrapesos.
Apostamos em moderadores diversos: militares comprometidos com a democracia; ministro cheerleader da Faria Lima; ministro cruzado anticorrupção; notas de repúdio de Maia; centrão, Lira, Pacheco, fracasso do voto impresso na Câmara etc.
Moderadores foram tão exitosos que no 7 de Setembro, depois de tantas interferências e acossos presidenciais, depois de todo o negacionismo mortífero, depois de rotinizar agressão a mulheres jornalistas, depois de chamar ministro do STF de "pedófilo", "idiota" e "filho da puta", Bolsonaro disse basta e prometeu desobedecer ao tribunal. Respostas verbais vieram de presidente do STF, do TSE, da Câmara, do Senado. Os tons variaram entre o protocolar e o quase protocolar.
Horas mais tarde, Bolsonaro revelou em carta que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e "harmonia" é determinação constitucional; reiterou "respeito pelas instituições" e declarou estar disposto a manter "diálogo". Muitos observadores notaram "recuo estratégico". Se estratégico, o recuo é fake. Melhor ignorar o recuo e investigar a estratégia.
Soube-se que o texto saiu das penas tristes de Michel Temer, coach maior do constitucionalismo new age, também conhecido como constitucionalismo do arreglo e do arrego, da negociação e do acordo, das notas de repúdio e das cartas de recuo. Abraçar slogans, desprezar ideias e entregar o seu contrário compõem nossa tradição ilusionista.
O constitucionalismo oferece anteparo à democracia. Impõe limites ao poder e aos desejos das maiorias por meio da separação de Poderes e da proteção de direitos. O constitucionalismo new age vira a mesa e vende três iscas sedutoras: harmonia, pacificação e diálogo. E substitui separação de Poderes por ciranda dos Poderes.
O coach formou discípulos que ocuparam a presidência do STF. Cármen Lúcia sempre entoava ambição pacificadora. Toffoli pedia diálogo, "clássica" separação de Poderes, pacto por reformas e recebia visitas surpresa do presidente. Fux submeteu legalidade do auxílio-moradia de juízes à mediação e tem opinado contra a judicialização da política, sem definir o que entende por isso. "Temos de acreditar na boa-fé de Bolsonaro", sugeriu Gilmar Mendes.
O espetáculo cirandeiro é incompatível com o exercício da jurisdição. Jurisdição não tem responsabilidade de pacificar. Juízes sabem que não é essa sua tarefa primária nem métrica de sucesso. Entre aplicar a lei e promover a paz há uma distinção categórica. A relação entre uma e outra é acidental e contingente, não necessária. Tarefas diferentes, por instituições diversas.
O princípio da "divisão e harmonia dos Poderes" estava nas constituições ditatoriais de 1967 e 1969. A Constituição de 1988 prevê Poderes "independentes e harmônicos". Não é da harmonia cirandeira que estão falando.
No constitucionalismo new age, constitucionalidade se negocia, legalidade se permuta e interesse público de qualquer tipo se transaciona. Indigência judicial disfarça violência. Urgência constitucional se posterga com pedido de vista. Quem roda na ciranda podem ser indígenas, mulheres, negros, os mortos por Covid-19 ou pela polícia. Rodam também a civilidade e a própria democracia. Quem se dá bem é o centrão magistocrático e o autoritarismo.
Nessa nova era, juiz constitucional janta e canta para empresários, palestra para banqueiros e oferece acesso à justiça por WhatsApp. Também barganha precatórios com ministro da Economia, pois a reeleição do autocrata que prometeu fechar a corte precisa renovar auxílio aos pobres. Podia-se pagar essa conta reduzindo orçamento paralelo do centrão ou vetando anistia a devedores do Estado (como igrejas e criminosos ambientais). Mas melhor evitar esse "conflito".
Diante de um criminoso serial, o constitucionalismo responde com sanção jurídica (como cassação e prisão). O constitucionalismo new age suprime a jurisdição e reage com rodas de conversa, constelação milico-familiar, mantras meditativos e cânticos infantis. Não é corrupção funcional, é pacificação. Repita.
"Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, à colônia retornar". Namastê.
Conrado Hübner Mendes
Professor de direito constitucional da USP, é doutor em direito e ciência política e membro do Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade - SBPC
FSP 15.09.2021
via Fernando Pereira
Muitas palavras e expressões que utilizamos no dia a dia tem origem nas línguas africanas. Assim, por exemplo, falar que está borocoxô, que foi engambelado, chamar alguém de babaca, dizer que ficou zonzo com a bagunça, fazer um cafuné e cochilar, mandar para as cucuias, chamar uma mulher de velha coroca – são alguns dos milhares de vocábulos de origem africana absorvidos pela língua portuguesa falada no Brasil
via Faustino Teixeira
HOJE, ANIVERSÁRIO DA MORTE DE UM HERÓI LATINO-AMERICANO, UM AMIGO DAS CRIANÇAS
Perambulando pelo Chile, compreendi a importância do companheiro Victor Jara para o avanço do rito civilizatório.
Filho de camponeses muito pobres, de origem indígena mapuche, foi desde sempre um menino interessado em aprender sobre os mistérios do mundo e da humanidade.
Aluno esforçado e interessado, era também sempre gentil com os professores e colegas. Seu traço mais marcante era o sorriso.
Victor tinha inúmeros e variados talentos. Escrevia bem, cantava, desenvolvia-se no campo das ciências naturais e sociais.
Encantado com o exemplo do carpinteiro de Nazaré, chegou a ser seminarista. Mas era também um libertário e não se prendeu às amarras do sacerdócio.
Virou artista, comunicador, professor, teatrólogo e, sobretudo, músico, um dos expoentes da magnífica Nueva Canción Chilena.
Adorava brincar e ensinar as crianças sobre solidariedade, diversidade e cooperação, levando ao povo a mensagem da democracia e do socialismo durante o governo do bondoso Salvador Allende.
Em 1973, durante o golpe militar, tentou de todas as maneiras mobilizar o povo, especialmente os jovens, para enfrentar o locaute dos caminhoneiros e os ataques das forças armadas à sede do governo.
Acabou preso e levado do Estádio Chile, com outras inúmeras companheiras e companheiros. Com seu violão, liderava o coro das vozes da resistência, até que lhe destroçaram o instrumento.
Depois, Jara continuou a cantar e a percutir as mãos nas pernas. E assim, com coronhadas, arrebentaram-lhe todos os dedos.
O herói seguiu cantando e, segundo testemunhas, um soldado lhe passou a faca na língua. Persistente, Jara continuou a murmurar seu protesto. Então, o assassinaram com 44 tiros e atiraram seu corpo ao beco de uma favela de Santiago.
O companheiro tinha apenas 40 anos na ocasião. Alguns afirmam que morreu. Outros, no entanto, duvidam. No Cerro Santa Lucia, nas falésias de Antofagasta, nas minas de Chuquicamata, nos salares do límpido Atacama, se você apurar o ouvido, perceberá flutuando ao vento a voz do companheiro Victor, a acalentar os filhos da esperança.
Via Faustino Teixeira
SER BONS INSTRUMENTOS DE DEUS!
"Fiquemos contentes se Deus se utilizar de nós como ocasião ou instrumento, mas tomemos cuidado para não estorvar a obra do Senhor com nosso desejo inato de companhia. Pois nesse mundo não é bom estarmos demasiadamente ansiosos para conseguir qualquer fim, mesmo o melhor.
E alguém que, por experiência, sabe que Deus está sempre presente em toda parte, e sempre pronto a dar-se a conhecer aos que o amam, não há de preferir afoitamente o incerto valor da atividade humana à tranquilidade e certeza desse dom infinito e sumamente importante."
Thomas Merton, "Novas Sementes de Contemplação", Fisus 1999, p. 269.
Foto: 1966-Thomas Merton e Thích Nhat Hanh (Thai).
DICAS PARA A AGRICULTURA NATURAL
ERROS QUE SE COMETEM NA AGRICULTURA ORGÂNICA
COMO SE DEVE-SE TRABALHAR NA AGROECOLOGIA
Trabalhar com solos vivos. Solos vivos são agregados (grumosos) e sem lajes duras no fundo do solo para que a água e o ar penetrem facilmente.
Para isso, precisamos de:
Para manter os solos vivos eles não podem ser:
Estes métodos contribuem para “Matar” os solos.
A matéria orgânica, tanto faz se na forma de composto ou da adubação verde:
AS RAÍZES DAS PLANTAS
DICAS PARA UM PLANTIO BEM SUCEDIDO:
PARA CONSERVAR A TEMPERATURA AMENA E A UMIDADE DO SOLO
NECESSITA-SE:
(vento baixa a produção ou exige irrigação permanente)
ATENÇÃO:
Existem plantas que não se dão bem juntas (Alelopáticas). Elas não podem ser usadas em rotação, nem consorciação, nem plantadas na vizinhança.
Por exemplo:
EM-4
Não é um defensivo. Ele melhora o metabolismo das plantas e com isso sua nutrição, tornando-as mais resistentes a pragas e doenças.
BOKASHI
Não age em lugar de nitrogênio químico mas é uma fonte de vitaminas e minerais que mobilizam a vida do solo, que então vão mobilizar nutrientes para as plantas.
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