08 Setembro 2021
Sobre a questão do 'direito de voto' no caso das mulheres membros do Sínodo, há tempo, especialmente depois a nomeação da nova subsecretária, a religiosa francesa Nathalie Becquart, a situação está pouco clara e não se entende por que não é dada uma resposta precisa: "sim" ou "não" ...
Aqui está um breve resumo de uma situação que desorienta.
A reportagem é publicada por Il Sismógrafo, 09-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Entrevista com o secretário-geral do Sínodo dos Bispos (card. M. Grech) sobre a nomeação de dois novos subsecretários que o acompanharão nos trabalhos por uma Igreja sinodal, conforme desejado pelo Papa Francisco.
Vatican News – Como subsecretária, a Irmã Nathalie terá direito ao voto no próximo Sínodo centrado na Igreja Sinodal. A questão do voto das mulheres no Sínodo teve grande destaque nas últimas assembleias sinodais. Essa nomeação também representa uma abertura para a possibilidade de outras mulheres terem o direito ao voto no Sínodo?
Cardeal Mario Grech – Nos últimos Sínodos, numerosos Padres Sinodais enfatizaram a necessidade de toda a Igreja refletir sobre o lugar e os papeis das mulheres nela. O Papa Francisco também enfatizou repetidamente a importância de as mulheres estarem mais envolvidas nos processos de discernimento e de decisões eclesiais; e já nos últimos Sínodos aumentou o número de mulheres participantes como especialistas ou ouvintes. Com a nomeação da irmã Nathalie Becquart e sua possibilidade de participar com direito a voto, uma porta foi aberta, então veremos que outros passos poderão ser dados no futuro.
Esta entrevista com card. Grech, que também podia ser lida no site oficial do Sínodo, foi removida e hoje, 7 de setembro, aparecia a frase "404 – Page not found".
Aqui está o que o Vatican News informa hoje:
O vaticanista francês Jean-Marie Guénois, perguntou se as mulheres, na qualidade de membros do Sínodo de outubro, terão ou não direito de voto?
Cardeal Grech – O sucesso do Sínodo dependerá da fase de consulta. O voto feminino não é o que importa, mas se o Sínodo envolverá a todos.
Irmã Becquart – A Igreja quer ser renovada. Um Sínodo não é um parlamento. Um processo sinodal não é um jogo de partidos em que quem tem mais força condiciona e subjuga o outro.
Elisabeth Auvillain, do Global Sisters Report, em 27 de abril de 2021 – Você considera importante que uma mulher tenha sido nomeada para uma posição de poder na igreja?
Ir. Nathalie Becquart – Não é a primeira vez que uma mulher é nomeada para um cargo importante no Vaticano: cada vez mais mulheres, nem todas religiosas, recebem cargos importantes. Minha nomeação foi possibilitada por outras mulheres antes de mim. Sinto-me como um pequeno elo de uma corrente. A novidade é que a minha posição atual inclui o direito de voto [no Sínodo]. Dá uma forma de visibilidade. Não é um sinal isolado, é um sinal de continuidade. Torna visível o fato de que as mulheres já ocupam cargos de responsabilidade em muitas igrejas locais, assim como eu faço em meus vários cargos. Tive responsabilidades na Igreja da França. Sinto que só posso fazer meu trabalho bem se estiver conectada com as pessoas no local.
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Haverá o voto feminino no Sínodo de 2023? O cardeal Grech não responde, mas meses atrás falou em "porta aberta". A subsecretária Irmã Becquart foge à questão, mas já havia dito que ela tinha direito ao voto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU