14 Janeiro 2021
Em sua mensagem para o Dia Mundial do Doente de 2021 [disponível aqui], Francisco deplora o fato de que “os idosos e os mais frágeis e vulneráveis” nem sempre têm assistência médica garantida.
A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 13-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Papa Francisco pediu que os líderes políticos invistam nos sistemas de saúde. Esse é apenas um dos principais pontos que o papa levanta em sua mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente da Igreja Católica, que é celebrado anualmente na festa de Nossa Senhora de Lourdes, no dia 11 de fevereiro.
Este ano, o evento ganha uma ressonância especial no contexto da crise global de saúde.
“A atual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes”, diz o papa na nova mensagem, que foi publicada no dia 12. “Viu-se que, aos idosos, aos mais frágeis e vulneráveis, nem sempre é garantido o acesso aos cuidados médicos, ou não o é sempre de forma equitativa.”
Francisco enfatiza que essa falta de acesso “depende das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quem se reveste de funções de responsabilidade”.
“O investimento de recursos nos cuidados e assistência das pessoas doentes é uma prioridade ditada pelo princípio de que a saúde é um bem comum primário”, reitera.
Desde o início da pandemia, o papa tem questionado regularmente se recursos humanos e financeiros adequados foram dedicados aos sistemas de saúde. Ele também sublinhou que a saúde é “um bem comum”.
É o caso, notadamente, da vacina anti-Covid, que ele considera que faz parte dessa lógica universal.
“A doença tem sempre um rosto, e até mais do que um: o rosto de todas as pessoas doentes, mesmo daquelas que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais”, escreve Francisco na nova mensagem.
Para ele, o Dia Mundial do Doente é um “momento propício para prestar uma atenção especial às pessoas doentes e a quem as assiste”.
Ele insiste em particular na fraternidade. O tema escolhido para este dia é “Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos”, frase tirada do Evangelho segundo São Mateus.
O papa espera que este dia também seja uma oportunidade para os cristãos se conscientizarem da necessidade de fazer algo pelos seus próximos.
“Quando a fé fica reduzida a exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro, então falha a coerência entre o credo professado e a vida real. O risco é grave”, diz Francisco.
Ele adverte contra toda “hipocrisia”, dizendo que “ninguém está imune do mal da hipocrisia, um mal muito grave”.
“A experiência da doença faz-nos sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro”, acrescenta o papa.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Papa diz que pandemia exacerbou desigualdades em muitos sistemas de saúde - Instituto Humanitas Unisinos - IHU