11 Janeiro 2021
2021 continua anunciando que vai bater o recorde de 2020 como o ano mais insólito da era moderna: temos aí o personagem que tem o poder de destruir a humanidade com bombas, mas não tem como postar uma selfie jogando seu golfe ou comendo seu cheeseburger. Ou publicar seu costumeiro choramingo.
Confessemos, em 31/12/20, teríamos dito que esta cena era inimaginável, jamais iria acontecer. Está em questão, é claro, se em última instância trata-se de um fato positivo ou negativo.
O indiscutível é que o fato era da ordem do inimaginável dez dias atrás.
Um problema de Trump...
Sobre o banimento de Trump do Twitter - o único bloqueio que importa de verdade -, seguido pelo expurgo do cabra de tudo quando é esquina na internet, eu recebi perguntas e pedidos de "posicionamento" sobre se sou a favor ou contra. A internet e as redes sociais fortalecem essa curiosa ideia, a de que ante qualquer facticidade do mundo real, impõe-se a obrigação de ser "contra" ou "a favor". Posiciono-me, então.
Nesta pendenga, três coisas são cristalinas:
* Pessoas como eu, que viveram a aurora dos blogs, das polêmicas sobre regulação ou "censura" de discurso na internet, das discussões sobre regulação pública vs. regulação privada, e todo o legado que deixou o MinC Gil / Juca em qualquer discussão que se faça sobre isso em português brasileiro (obrigado, Ministro Gilberto Gil !), é imperativo entender que o bagulho é complexo.
Regra 1: quem chegou com certeza sobre o que deve ser feito, em geral, não sabe muito sobre o pântano em que o problema se coloca.
* Dito isso, o curioso de se notar no caso de Trump é o seguinte (e devo a um post de Daniel Caetano o crédito por um insight que me permitiu fazer os dois parágrafos seguintes):
* é curioso que boa parte da galera mais laissez-faire, radicalmente liberal, que defende que empresa privada tem o direito de fazer o que quiser limitando o discurso em suas plataformas, já que afinal censura é só o governo que faz, esteja agora preocupadíssima com os efeitos da decisão de Twitter / Facebook sobre a liberdade de expressão! Gente, a liberdade de expressão virou tema na Fox News!
* por outro lado, também é curioso que a galera que sempre acredita em regulação estatal, que está sempre disposta a defender a primazia do Estado em tudo, esteja agora comemorando um banimento que foi feito por uma empresa privada CONTRA um cabra que representa o próprio Estado!
*****
Não é divertido? Os ideólogos da livre escolha da empresa se sentiram obrigados a ficar histéricos com a escolha de uma empresa, o Twitter, por banir um indivíduo que violou o contrato legal e liberalmente assinado com aquela empresa.
E os ideólogos de que o Estado sempre vai saber o que regular, e como regular melhor, se sentiram obrigados a comemorar uma decisão executiva empresarial de uma empresa contra um, contra O, agente do Estado.
Fiquem contra ou a favor aí como quiserem mas, convenhamos, é impossível não rir/ chorar de tudo.
Há muitos vilões corresponsáveis pela tragédia brasileira atual. Entre eles, as entidades de profissionais da medicina.
Deviam estar encurralando legal, moral e politicamente um governo que nega a maior crise de saúde pública que vivemos nos últimos cem anos.
Deviam estar na vanguarda da defesa das vacinas e de instituições como a Fiocruz e o Butantan.
Deviam estar defendendo o SUS, cobrando uma atuação séria e responsável do Ministério da Saúde.
Deviam estar investigando o que foi feito com o programa nacional de imunização, que já foi um dos melhores do mundo.
Deviam estar protegendo os profissionais da saúde, o grupo mais exposto ao vírus.
Nada disso. Bolsonaristas de primeira hora, aceitaram tornar-se cúmplices da morte em larga escala. Vergonha.
Estado Policial
Denúncia do padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de SP.
"Pm fotografando ação da pastoral de rua e intimidando os agentes de pastoral . Hoje (9) em São Paulo".
Em São Paulo: campanha
Por Pato Gomez
Afortunadamente sempre existe outro dia. Outros sonhos. Outras risadas. Outras pessoas. Outras coisas.
A verdadeira privatização
Entendam que Bolsonaro não defende o interesse do Brasil, como pessoa jurídica de direito público externo. Ele privatizou o Itamaraty com o propósito de satisfazer os interesses políticos de sua família junto à Internacional Fascista chefiada por Trump. Idêntico ao que fez na Polícia Federal, na ABIN, no Ministério da Justiça, na Procuradoria da República, etc. Essas são as únicas privatizações que vocês verão nesse governo criminoso, para quem a Constituição só serve de guardanapo ou papel higiênico. Veja aqui.
"*Romero Venâncio
Li um importante texto de um historiador italiano e professor na Villanova University, EUA, de nome Massimo Faggioli. O texto é intitulado “A tragédia de uma Igreja excessivamente politizada” - Revista IHU on-line.
É um alerta sobre a situação decadente da Igreja Católica nos EUA por sua politização à direita e uma irresponsabilidade pastoral sem tamanho dos “pastores de lá”. Se calaram, aceitaram ou contribuíram para esta desgraça interna ao catolicismo dos EUA.
Mais do que um texto, trata-se de uma análise e um alerta - se ainda for possível aos americanos do norte. Parece que por lá ainda é assim: “os ventos do norte não movem moinhos”.
Quero adaptar a tese do historiador italiano ao Brasil de Jair e da direita católica crescente e belicosa cotidianamente nas redes sociais daqui.
Alerto logo de cara: não tenho ilusão de que meu textinho chegue a CNBB ou que ela – e seus bispos mais lúcidos... Por Deus, deve haver - não saibam do que digo em forma de alerta aqui.
O Brasil, o seu catolicismo romano está caminhando a passos largos para o que está acontecendo nos EUA no que diz respeito ao catolicismo de lá. Mas por que digo isso? Basta ver as redes sociais de católicos de direita, anticomunistas delirantes, paranoicos e limitados teologicamente do Brasil.
Esse catolicismo de direita - ou de extrema direita, tanto faz por ora -, tem se tornado o inimigo da política mais aberta e moderna de Francisco e tem incentivado fieis a uma cruzada insana contra um “comunismo fantasmagórico” em dias atuais.
Fantasmagórico, porque criado apenas no cérebro dessa gente. Um moralismo tacanho e anacrônico e uma política aliada a uma extrema direita política do tipo Jair e família, totalmente irresponsável - Jair e sua família não têm fé alguma. Acreditam apenas em dinheiro, poder e na prática miliciana. Só. A fé bolsonarista é uma hipocrisia calculada e populista.
Essa direita católica está levando o catolicismo praticado no Brasil a uma divisão sem sentido e sem rumo. É pura destruição e desconstrução de uma prática pastoral moderna e que, a duras penas, se tornou importante nas lutas democráticas e históricas desse país.
Essa prática da direita católica é teologicamente irresponsável, porque não tem base cristã ou teológica, e nem no histórico “magistério da igreja”. Trata-se de uma invenção recente inspirada em práticas integristas e fundamentalistas. E só.
A CNBB não pode apenas assistir a isso tudo sem tomar uma “posição profética” - de denúncia e anúncio -, ou pagará o preço de seu silêncio ou da omissão - o que é bem pior!
O preço é a divisão do catolicismo, a desmoralização da teologia cristã e uma humilhação perante o mundo moderno, deixando-a sem credibilidade. Um cristão sem credibilidade é um idiota que repete fórmulas rituais gastas e que ninguém lhe respeita.
O melhor legado de um Dom Helder Câmara, de um Dom Paulo Evaristo Arns, de um Dom José Maria Pires, de um Padre José Comblim, de um Padre Júlio Renato Lancellotti, de uma Ivone Gebara, de uma Maria José Rosado Nunes não pode ser jogado no ralo comum de uma direita católica rancorosa, odiosa, despreparada teologicamente e sem tino pastoral algum.
Essa direita católica só prega ódio e moralismo. É preciso que instâncias católicas ainda sérias se posicionem e saibam da responsabilidade cristã que ainda possuem, enquanto é tempo. No mais, paciência!
[*] Professor da UFS."
A experiência de Clarice no exterior foi muito difícil para ela. Ali, como mulher de um diplomata foi mesmo muito duro para ele. E a saudade imensa do Brasil. Em Nápoles ainda se sentiu útil, ajudando aos pracinhas brasileiros, com idas diárias ao hospital para ajudar. Na Suiça foram momentos duros de depressão e torpor. Por sugestão de Fernando Sabino, leu a Imitação de Cristo, que segundo ela, ajudou às vezes na sua purificação.
Que beleza é este livro, recentemente traduzido ao português em duas preciosos trabalhos:
. Tradução de Frater Cristiano José Matos (Editora O Lutador - eu fiz o prefácio). Essa tradução tem a vantagem de recupera a ordenação mais original do livro, que guarda um significado todo especial para o entendimento teológico da obra, garantindo um primado da mística mais ampla, para além da centralidade da eucaristia.
. Tradução de Leonardo Boff, que acrescenta ao final um capítulo novo, do próprio Leonardo, ampliando a reflexão do seguimento de Jesus. É muito bonita também. É dos trabalhos mais apreciados por Leonardo em sua travessia acadêmica. Foi publicado pela Vozes, em 2016.
É preciso calar a boca e nada contar sobre o que se sabe e o que se sabe é tanto, e é tão glorioso. Eu sei, por exemplo, Deus
Clarice Lispector
O minúsculo já arranjou um jeito de culpar Pazuello, o seu próprio pau-mandado no Ministério da Saúde, pelo colapso e derretimento sanitários do Brasil. É impressionante a característica mais obviamente comum entre Trump e Bolsonaro: a de serem frouxos mimados incapazes de não culpar alguém, incapazes de assumir qualquer responsabilidade.
Jair tem a pachorra de culpar um Ministro que está lá apenas porque é um milico vagabundo pau-mandado seu, já que todos os que contrariaram seu bate-bumbo mentiroso sobre o vírus foram mandados embora. Agora -- percebam a perversão -- ele tem a covardia de culpar o cara que está lá justamente porque foi o que sobrou disposto a assumir o cargo obedecendo-o!
O minúsculo tem a chave do cofre, comanda um sistema presidencialista, tem 40% de apoio na população, tem maioria no Congresso para qualquer medida sanitária que queira adotar, herdou um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo e um dos maiores casos de sucesso das campanhas de vacinação, e mesmo assim não consegue assumir a responsabilidade por nada, fica nessa onda de moleque covarde culpando o carteiro ou o office-boy.
Um minúsculo, em suma.
Agenda democrática
O populismo radical de esquerda, de tipo chavista, explora os ressentimentos contra a desigualdade; o populismo radical de direita, de tipo trumpista, os ressentimentos contra a igualdade. A democracia precisa dar guerra sem trégua a ambos para sobreviver no curto prazo.
Mas também terá de se reinventar, para se consolidar no longo. Terá de desenvolver mecanismos capazes de gerar maior sensação de igualdade à esquerda, e mesmo tempo reduzir os custos de adesão à ordem, por parte daqueles que se aferram à desigualdade para preservar seus micropoderes.
Revisitar a forma como as democracias foram reimaginadas nas décadas de 1930 e 1940, para superar os desafios opostos pelo bolchevismo e pelo fascismo, pode ser um bom começo para pensar por analogia o que deve ser feito nos próximos dez anos. Pensar o que poderia vir a ser uma democracia social no mundo da revolução digital e da automação.
Tudo é Brasil
Um grande mérito do último livro do Antonio Riserio é interpretar a formação do Brasil a partir das potências da miscigenação, filiando-se a uma longa linha teórico-política até Gilberto Freyre e Euclides da Cunha. Sobre como as minorias são primeiras enquanto dinâmicas de caldeamento contínuo de sangues e culturas, força motriz da nova civilização tropical.
A tentativa de fixar identidades-essências perde de vista a nota distintiva da nossa formação nacional, em relação a outros processos como nos Estados Unidos ou África do Sul. Diferente da lógica protestante do settler branco, lógica de apartheid sistemático, aqui as opções estratégicas tanto do colonizador quanto do colonizado não foram, em regra, pelo genocídio ou pela pureza segregatória. Importar esse esquema à realidade brasileira é artificioso e anacrônico, por uma série de razões que a obra explora.
Com alto índice de diagonalidade, a mestiçagem é limiar que combina estratégias e contracondutas, sincretismo ou dominação. Diferente de Freyre, Risério não adota a perspectiva amena da Casa Grande, ele incorpora a histórias das violências e matanças, mas ao mesmo tempo se recusa a reduzir a história do Brasil aos binarismos. Nada de democracia racial, mas também nada de reduzir o mundo a enredos admonitórios do bem contra o mal, em que só há espaço para heróis, vilões e vítimas.
Indo além do par categórico oprimido/opressor e dos lugares estruturais essencialistas, é um livro que privilegia o aspecto metabólico, a simbiose, os umbrais problemáticos de resistências e devires minoritários.
Um livro intempestivo que incomoda as certezas dogmáticas de uma época de pouco pensamento e muito julgamento.
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"Em busca da nação", ed. Topbooks, 2020.
Paraalém do fetichismo
Toda uma tradição teórica da esquerda que remonta aos três primeiros capítulos da parte I de Das Kapital costuma atribuir ao dinheiro o caráter objetivo de uma ideologia baseada na redução das relações entre seres humanos a relações entre as coisas (e entre coisas a entre seres humanos).
É a apreensão da obra marxiana a partir da crítica ao fetichismo da mercadoria, isto é, o que seria uma estrutura fundamental da sociedade capitalista na qual a existência social deve necessariamente passar pelo estranhamento da dinâmica das relações mercantis ou trocas. Essa tradição que atravessa o movimento da teoria crítica, de Lukacs a Alfred Sohn-Rethel, de Robert Kurz a Roberto Schwarz, com incidência inclusive na obra de Slavoj Zizek (bem excêntrica, diga-se de passagem), atribui ao funcionamento do dinheiro um momento dialético indispensável para o modo impessoal, indireto e "econômico" da modernização capitalista.
A única face do dinheiro seria a do patrão, porém não mais o Senhor da dialética personalizada e suas relações de mando direto. Mas sim a compulsão objetivamente dissimulada da acumulação, dentro da qual inclusive o movimento operário teria sido historicamente capturado, pois estaria preso à defesa de um capitalismo sem capitalistas ou "socialismo do capital".
A culminância dessa crítica à moda da dialética negativa está no diagnóstico de um estado terminal, um ocaso catastrófico, do tardio desenvolvimento das forças produtivas; no qual, por um lado, o capital já não precisa mais do capital humano e, por outro lado, os seres humanos são reduzidos a sujeitos monetários sem dinheiro. Essa comiseração final da história das lutas leva a um impasse que, entendido como objetivo, encerra a fatura da teoria crítica no exato oposto que não cansa de denunciar: ironia pós-moderna, com ares de reconhecimento resignado de contradições insolúveis.
Como escreve Rancière em "Desventuras da crítica": a conclusão da análise é pela futilidade da própria crítica em primeiro lugar, já que está tudo dominado ao modo de um capitalismo sem classe, de um neoliberalismo sem autonomia, ou de uma pós-modernidade cujo solvente subjetivo universal torna a ação ultimamente frívola. A coruja voa no final do dia, melancólica.
A vulgarização teórica dessa crítica da estrutura fundamental fetichista calcada no dinheiro são as mil e uma ladainhas sobre o neoliberalismo e o capitalismo financeiro, que, aclimatadas ao bacharelismo da terra dos papagaios, deram no jesseísmo da esquerda brasileira, uma versão espelhada e edulcorada do olavismo, igualmente baseado num maniqueísmo messiânico entre os iluminados e os arautos do Mal.
(não há diferença de natureza entre as neuroses do QAnon e as da Cambdrige Analytica -- como diria Kant, o fracasso da teoria é um atalho que, às antinomias inscritas no real, prefere a super-interpretação do dogmatismo, o que os kantianos Deleuze e Guattari, no Anti-Édipo (1972), chamam de "síntese transcendente", i.e., sobrecargas paranoicas e reterritorialização factícia/fundamentalista -- seja ela a bandeira da Confederação, seja o busto de Stálin, repetições sem diferença ou, para o melhor Marx, o do 18 de Brumário, farsas).
Giuseppe Cocco e eu, em "A vida da moeda" (2020, ed. Mauad), vamos na contramão de toda essa tradição crítica que consideramos ser um temperamento renitente, um leitmotiv implicado e celebrador da agonia do pensamento à esquerda em nosso tempo histórico. Como no aforisma de Nietzsche, quando o pensamento falta, o julgamento abunda. O que mais vemos nos meios intelectuais e militantes é julgamento, e quase nenhum pensamento ou rigorosamente nenhum.
Por isso, se, com a crítica do fetichismo da mercadoria nos três capítulos iniciais de Das Kapital, Marx mais do que pensar o dinheiro, fez do dinheiro a matriz para o pensamento no mundo capitalista; nós, em "A vida da moeda", invertemos a perspectiva e reabrimos o dinheiro a uma outra geratriz de pensamento (logo, do histórico e do intempestivo), que não a do fetichismo da mercadoria e da alienação do social na forma da compulsão estrutural da acumulação financeira.
Não fizemos isso com grande originalidade, pois subimos nos ombros de uma série de pensadores da moeda (ou que tomam o dinheiro como pensamento), tais como G. Simmel, J.J. Goux, Pierre Klossowski, Gilles Deleuze e Michel Foucault.
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PS. Nos comentários, a primeira entrevista que o Giuseppe deu ao excepcional IHU, sobre o livro.
Um final de semana de muita luz na minha vida. Duas importantes visitas às igrejas do Daime na Floresta, em Juiz de Fora. Um lugar muito bonito, no meio da mata, com a presença de uma energia espiritual muito especial. Hoje, dia 10/01/2021, foi a vez de conhecer a igreja do padrinho Rodolfo, bem como visitar sua casa e de meu médico Marcinho, que começa a me orientar com alguns fitoterápicos. Foi tudo muito bonito. Estávamos eu e Teita. É um período novo que começa a florescer na minha vida, com muita energia dialogal e, sobretudo, minha abertura à cosmovisão dos povos originários. Para quem leu e se deliciou com Davi Kopenava e Ailton Krenak, é como estar em casa. Viva a Vida!!!
Rumo a 2021 com medula nova e muita alegria no coração. O meu novo lema: o que se recebe como dom se retribui gratuitamente como serviço.
Faustino Teixeira (Foto: Arquivo Pessoal)
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