30 Janeiro 2020
Cristianismo e a ideologia da não resistência não são a mesma coisa, disse o chefe da Igreja Ortodoxa Russa.
A reportagem é publicada por La Croix International, 29-01-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Patriarca Kirill, de Moscou e de Toda a Rússia, disse que o cristianismo e a ideologia da não resistência não são a mesma coisa.
É essencial resistir ao mal, mas de um modo que o mal não nos domine, disse o líder ortodoxo de 73 anos, no dia 27 de janeiro, durante a reunião plenária das XXVIII Leituras de Natal.
“O cristianismo não tem nada a ver com a chamada ideologia do pacifismo. Cristo falou sobre as virtudes do perdão, do amor aos inimigos e de não retribuir o mal com o mal como obra pessoal e trabalho espiritual interior da pessoa”, disse o patriarca.
O chefe da Igreja Ortodoxa Russa alertou que “o pacifismo (...) exige renunciar à resistência ao mal nos níveis social e estatal, comprometendo o sistema de relações sociais e os princípios da justiça e do acordo civil”.
“E quando as pessoas, inadvertida e submissamente, aceitam o mal, concordam com ele e inclinam a cabeça diante dele, é inevitável que ele vença”, acrescentou Kirill.
“É impossível pôr fim às guerras em um mundo cheio de ódio e raiva. Mas devemos resistir ao mal para que esse mal não nos capture, não escravize nossa consciência, não cegue nossos corações com ódio, crueldade e temeridade”, disse o patriarca.
Kirill disse que o problema demográfico na Rússia pode ser resolvido através da imposição de restrições ao aborto.
O patriarca disse que o aborto realizado não por razões médicas deve ser excluído do termo “assistência médica”.
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Patriarca Kirill: O cristianismo não tem a ver com o pacifismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU