27 Março 2019
Não, não foi uma ‘cobra’. Apenas mais um gesto, que mostra claramente que a Igreja está mudando, que Francisco não é um Papa com uma capa magna, sapatos caros ou que ele deva ser levado numa sede gestatória. Essa Igreja, felizmente, não deve voltar.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 26-03-2019. A tradução é do Cepat.
O Papa Francisco impediu ontem, durante sua visita a Loreto, que vários fiéis beijassem seu anel ou sua mão, ou que se inclinassem para fazer uma reverência. Não é a primeira vez que faz isso. Bergoglio não quer falsos louvores, que esquecem o essencial: a construção de uma Igreja pobre e para os pobres.
Francisco é o mesmo Papa cujo primeiro gesto, quando foi eleito, foi abaixar a cabeça e reivindicar a bênção do povo santo de Deus. O mesmo que renunciou a morar em um palácio, se mudou para a Casa Santa Marta. O mesmo que usa seus velhos sapatos, seus velhos óculos, que se recusa a usar o tradicional Anel do Pescador e continua usando o que ele usava como arcebispo de Buenos Aires.
O mesmo que quer que nos concentremos no essencial, conforme vem dizendo desde que, há seis anos, foi escolhido como Sucessor de Pedro. E o que é essencial? As bem-aventuranças e Mateus 25. A construção de um novo mundo e o olhar de Deus nos olhos daqueles que mais sofrem.
Os tempos de riquezas e ouropéis passaram, também os dos Papas infalíveis (este já mostrou que pode estar errado, e pedir perdão) ... e, esperemos, os tempos daqueles que creem que Deus está no externo, na genuflexão, nos anéis beijados, e não na estalagem onde o Bom Samaritano cura suas feridas.
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A ‘falsa cobra’ do Papa em Loreto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU