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06 Julho 2018

Você alguma vez teve roupa de veludo? Nem eu.

A crônica é de Luis Fernando Verissimo, publicada por O Estado de S. Paulo, 05-07-2018.

Eis o texto.

Disse o homem para o garoto:

“Fiquei velho na época errada. Toda a minha vida foi assim. Cheguei às diferentes fases da vida quando elas já tinham perdido as suas vantagens. Ou antes de adquirirem vantagens novas. Passei minha vida com aquela impressão de quem entrou na festa quando ela já tinha acabado ou saiu quando ela ia ficar boa.

“Veja você: a infância. Houve um tempo em que crianças, assim, da minha classe eram tratadas como príncipes e princesas. Está certo, elas também apanhavam muito. Mas havia as compensações. Geralmente uma avó morava junto ou morava perto e as consolava com colo e doces. E as mães não trabalhavam fora nem faziam academia ou pintura em cerâmica. Ficavam em casa, inventando maneiras de estragar os filhos.

“Você alguma vez teve roupa de veludo? Nem eu. Sou da geração pós-veludo e pré-jeans. Às vezes olho fotografias daquelas crianças antigas com roupas ridículas, golas rendadas e babados, e me dá uma inveja... Aquilo sim era maneira de tratar criança. Acho que a minha geração deu no que deu porque nunca usou roupa de veludo. Ou cacho nos cabelos.

“Outra coisa: psicologia. Fui da primeira geração criada com psicologia. Nada de castigo - conversa. Ele rabiscou toda a parede? Está tentando expressar alguma coisa. E usou o batom da mãe? Ih, cuidado, uma surra agora pode deflagrar um processo de introjeção edipiana e traumatizá-lo para sempre. Também fui da primeira geração que, com a invenção da calculadora de bolso, não precisou decorar a tabuada. Resultado: cresci sem a noção de duas coisas importantíssimas: pecado e matemática.

“Cheguei tarde à infância e muito cedo à adolescência. A revolução sexual começou exatamente um dia depois que eu casei com a minha mulher porque era a única maneira de poder dormir com ela. Nos casamos num sábado e a revolução sexual começou no domingo. Ainda tentei desfazer o casamento, já que não precisava mais, mas não deu, estava feito.

“Minha adolescência foi um martírio. Me lembro dela como uma única e interminável tentativa de desengatar sutiãs. Os sutiãs eram presos atrás de mil maneiras. Ganchos, presilhas, botões, solda. Você precisava de um curso de engenharia para desengatá-los. Uma namorada minha usava um sutiã com uma fechadura atrás. Com combinação, como um cofre, juro. Dezessete para a esquerda, cinco para a direita, rápido que a mãe vem vindo! Você, garoto, nem deve saber o que é sutiã.

“Eu pensava ser um jovem adulto sério, engajado nas melhores causas, talvez até um ativista político, um guerrilheiro. Quando cheguei à idade, os jovens adultos estavam cuidando das suas carreiras e das suas carteiras de ações. Fui da primeira geração que quando falava em ir para as montanhas queria dizer para um fim de semana na serra. E a última que ainda usou a palavra “alienação”, mas já sem saber o que queria dizer.

“Tudo bem, pensei. Vou me preparar para a velhice e os seus privilégios, com minha pensão e meus netos. Mas a Previdência está quase quebrando e minha aposentadoria é uma piada, e meus netos, quando me olham, parecem estar me medindo para um asilo geriátrico. E há meia hora que eu estou aqui chateando você com toda essa conversa e você ainda não se levantou para me dar o seu lugar.”

E disse o garoto: “Pô, qual é, coroa? Esse negócio de dar lugar pra velho já era”.

E suspirou o homem: “Eu não disse? Também cheguei tarde à velhice”.

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