09 Fevereiro 2018
“Estou muito preocupado, e não acho que estou sendo histérico. Se você estudar os projetos orçamentários, a Administração está se preparando para uma deportação em massa”. O cardeal Joseph Tobin fez um alerta, de acordo com Crux, sobre a cruzada de Trump contra os ‘dreamers’ e os migrantes.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 08-02-2018. A tradução é de André Langer.
O cardeal distanciou-se do resto do episcopado dos Estados Unidos ao defender uma reforma do sistema migratório que não implique a construção do muro fronteiriço com o México e exorta os outros bispos a lutar por uma solução “limpa” para o drama de centenas de milhares de pessoas que correm o risco de serem deportadas.
Na semana passada, os bispos dos Estados Unidos congratularam-se com uma proposta de um programa para substituir o programa DACA (Ação Diferida para Chegada de Jovens Imigrantes), que Trump anunciou que terminará em 5 de março. Precisamente porque o novo sistema implicaria a construção do muro fronteiriço e o cancelamento da “loteria” de vistos e da migração familiar, não obstante, Tobin criticou esse apoio dos bispos e advertiu que “se aceitarmos um tratamento de forma acrítica, e esse tratamento for a única coisa que conseguirmos, talvez estejamos aceitando uma base que provocará mais danos” a longo prazo.
“Eu acho que devemos marcar um limite”, acrescentou o cardeal. “Não é ser teimoso, [mas, do contrário], estaríamos renunciando a uma esperança essencial”.
O cardeal arcebispo de Newark falou sobre o drama dos imigrantes “irregulares” nos Estados Unidos em uma visita à Iniciativa sobre Pensamento Social da Igreja na Vida Pública da Universidade de Georgetown. Ocasião que também aproveitou para referir-se à relação entre a fé e a política, ao lugar das mulheres na Igreja e à pastoral de gays e lésbicas.
“O mundo político e o mundo da religião estão trabalhando fundamentalmente para o mesmo... e, como tal, deveriam dialogar entre si”, disse o cardeal sobre o primeiro tema. Sobre o papel das mulheres no catolicismo, assegurou que o Papa “cumprirá” sua promessa de dar-lhes mais responsabilidades eclesiais além das recentes nomeações de mulheres na cúria romana.
E sobre os fiéis LGBT, Tobin criticou que o tratamento que a Igreja lhes concedeu foi “injusto, não cristão e sem amor”, apesar de que o cristianismo ensine que “toda pessoa é preciosa, tal como ela é”.
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Trump “está preparando uma deportação em massa” de imigrantes, alerta cardeal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU