''Uma Igreja única seria como ter um partido único'', afirma Margot Kässmann

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31 Outubro 2017

Reunificação da Igreja Evangélica e da Católica? Margot Kässmann não está fascinada com essa ideia, mas é a favor de uma colaboração mais estreita.

A reportagem é do sítio Spiegel.de, 29-10-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A ex-presidente do Conselho da Igreja Evangélica Alemã (EKD), Margot Kässmann, é muito cética em relação à ideia de uma reunificação da Igreja Evangélica com a Católica: “Nós somos diferentes”, escreveu a porta-voz da Igreja Evangélica para o Jubileu da Reforma 2017, em um artigo no jornal Bild am Sonntag.

Kässmann apontava, entre outras coisas, que a Igreja Evangélica ordena mulheres para todos os cargos, que lá os párocos, tanto homens quanto mulheres, podem se casar e construir uma família, que, em vez disso, na Igreja Católica, o presbiterado é reservado apenas a homens que deve viver de forma celibatária, que na Igreja Católica o papa é o líder supremo, enquanto na Igreja Evangélica a gestão é confiada a velhos e jovens, a homens e mulheres, a ordenados e não ordenados.

“Eu acho que uma Igreja única seria tão chata quanto um partido único”, conclui Kässmann, afirmando que as diferenças são muito mais interessantes.

Mas Kässmann também espera uma colaboração mais estreita entre cristãos católicos e evangélicos.

“O que eu desejo é que possamos nos convidar, oficial e reciprocamente, para a Ceia do Senhor e para a Eucaristia e que, juntos, possamos contar a nossa fé ao mundo.”

Kässmann também se expressou em favor da ideia de que o dia do aniversário da Reforma se torne sempre um feriado na Alemanha, não só neste ano. Em uma pesquisa da Emnid, 57% dos cidadãos alemães também haviam expressado essa indicação.

Ao contrário de Kässmann, o presidente da Conferência Episcopal Alemã, Reinhard Marx, é favorável a uma unificação das Igrejas. “Empenhamo-nos há anos por isso. Eu rezo por isso, eu trabalho por isso”, é a frase citada no mesmo jornal.

Marx acredita que o dia do aniversário da Reforma deste ano “não é um ponto conclusivo, mas sim um momento importante do caminho ecumênico dos cristãos neste país”.

O presidente do Conselho da EKD, Heinrich Bedford Strohm, declarou à agência DPA o ano de Lutero teve efeitos positivos para a aproximação entre católicos e protestantes.

Mas não se verificou, nem mesmo neste ano, uma aproximação sobre questões centrais controversas, como a possibilidade de celebrar juntos, católicos e evangélicos, a Eucaristia. Sobre isso, Bedford-Strohm disse: “Ninguém pode saber exatamente quando, mas eu espero que, para os casamentos mistos, encontre-se uma solução. E, naturalmente, também espero que eu possa viver o momento em que nós, católicos e evangelistas, poderemos celebrar juntos a ceia do Senhor.”

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