28 Setembro 2017
Curioso, esse cardeal alemão Gerhard Müller... Enquanto era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, a exortação Amoris laetitia não era um sério motivo de preocupação doutrinária para ele, sentado na cadeira que, no jargão, é chamada de cadeira do “guardião da fé”. Na realidade, em várias ocasiões, embora com prudência desconfiada, o purpurado, no passado recente, defendeu o documento e até minimizou as “dubia” dos quatro cardeais críticos.
A nota é de Luis Badilla, publicada no sítio Il Sismografo, 27-09-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Mas agora, depois que o Papa Francisco, usando seus poderes legítimos e canônicos como outros papas fizeram no passado, decidiu há algum tempo não renovar para um segundo quinquênio a liderança do cardeal Müller à frente do importante dicastério, o nosso cardeal se alistou nas fileiras franzinas dos opositores ao pontífice.
Na verdade, nestes dias, também se inventou uma acrobacia insensata, assim como de péssimo gosto (especialmente se lançada por um cardeal do papa): um debate público sobre as questões doutrinais controversas da Amoris laetitia entre os signatários das “dubia” (que fazem perguntas) junto com os signatários da “correctio filialis” (que imputam “heresias”).
Na disputatio, o Papa Francisco deveria nomear uma comissão de cardeais, seus advogados de defesa. Para o cardeal Müller seria uma maneira de evitar um cisma.
Tudo isso e mais foi dito pelo cardeal alemão ao jornalista Edward Pentin, do National Catholic Register.
Até hoje, nenhuma desmentida ou esclarecimento. Por enquanto, o cardeal Müller não disse em que o canal de TV deveria ser transmitido esse debate demencial (com transmissão mundial ou transmissão europeia?), em que faixa horária e em que língua, quem seriam os patrocinadores e, principalmente, quem seria o moderador.
Diante de coisas desse tipo, propostas por um cardeal até poucas semanas atrás colaborador de confiança do Papa Francisco, herdado do pontificado de Bento XVI, ficamos petrificados, bloqueados, horrorizados... pelo menos nós, pequenos católicos fora das ambições de poder.
Só nos resta rezar.
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A louca proposta do cardeal Gerhard Müller: só nos resta rezar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU