15 Junho 2017
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 9,36-10,8 que corresponde ao 11° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto do Evangelho segundo João capítulo 6, 51-58, que corresponde à Festa do Corpo e Sangue de Cristo.
O papa Francisco repete que os medos, as dúvidas, a falta de audácia... podem impedir inteiramente o impulsionar da renovação que necessita hoje a Igreja. Na sua Exortação ‘A alegria do Evangelho’, chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo, uma vez mais podemos ficar simplesmente como “espectadores de uma estagnação infecunda da Igreja”.
As suas palavras fazem pensar. Que podemos perceber entre nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé das nossas comunidades cristãs ou continuamos instalados nessa “estagnação infecunda” de que fala Francisco? Onde podemos encontrar forças para reagir?
Um dos grandes contributos do Concílio Vaticano II foi o de impulsionar o passo da “missa”, entendida como uma obrigação individual para cumprir um preceito sagrado, para a “eucaristia” vivida como celebração gozosa de toda a comunidade para alimentar a sua fé, crescer em fraternidade e reavivar a sua esperança em Jesus Cristo ressuscitado.
Sem dúvida, ao longo destes anos temos dado passos muito importantes. Ficam muito longe aquelas missas celebradas em latim em que o sacerdote “dizia” a missa e o povo cristão vinha para “ouvir” a missa ou para “assistir” à celebração. Mas, não estamos a celebrar a eucaristia de forma rotineira e aborrecida?
Há um fato inegável. As pessoas estão afastando-se de forma imparável da prática dominical, porque elas não encontram nas nossas celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante de que necessitam para alimentar a sua fé débil e vacilante.
Sem dúvida, todos, presbíteros e leigos, temos que perguntar-nos o que estamos fazendo para que a eucaristia seja como quer o Concílio, “centro e culminar de toda a vida cristã”. Como permanece tão calada e imóvel a hierarquia? Por que os crentes não manifestamos a nossa preocupação e a nossa dor com mais força?
O problema é grave. Temos de seguir “estagnados” num modo de celebração eucarística tão pouco atrativo para os homens e mulheres de hoje? É esta liturgia que temos repetido desde séculos a que melhor pode nos ajudar a atualizar aquela cena memorável de Jesus onde se concentra de modo admirável o núcleo da nossa fé?
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