11 Dezembro 2018
No Evangelii gaudium, o Papa Francisco supõe e propõe uma revisão da pastoral e da catequese. Eu concordo e tento concretizar isso, pensando na minha vida como biblista e catequista por tantos anos na Itália.
O artigo é de Giovanni Giavini, teólogo e biblista italiano, publicado por Settimana News, 08-12-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
1. Falamos sobre Deus como sendo transcendente demais ou similar demais a nós.
2. O Espírito Santo estava quase completamente ausente. O próprio Padre contava pouco.
3. Sacramentos e rituais sim, escuta da Palavra pouco.
4. A liturgia reduzida a ritos, rubricas e preceitos, mais que ao seu espírito.
5. Eucaristia: interesse excessivo na presença real e na adoração, em detrimento do resto.
6. Catecismo mais do que o Evangelho (Catecismo da Igreja Católica, muito ideológico, mais do que aquele para os adultos, bem mais bíblico-cristocêntricos e narrativos como o eram os outros catecismos da Conferencia Episcopal Italiana).
7. Cuidado pastoral das crianças mais do que dos adultos, porém com escassa atenção à escola. A iniciação cristã está mais ligada à idade física das crianças do que à idade psicológica e social.
8. Oração: mais o terço e outras devoções do que a oração bíblica, incluindo o breviário.
9. Sufrágios pelos mortos mais do que a oração pelos vivos e atualidade.
10. Maior valor salvífico para Nossa Senhora (ou Nossas Senhoras) e Santos/as do que para Jesus.
11. Forte ênfase nas leis mais do que na graça; forte acento sobre o Decálogo mais do que sobre o Sermão da montanha.
12. Consequente ênfase na virtude e no mérito à custa da humildade e fé no amor misericordioso do Senhor.
13. Enorme preocupação com a pureza sexual às custas daquela do coração, da consciência pessoal.
14. A penitência reduzida quase somente ao sacramento mais do que à vida de penitência na caridade.
15. Igreja reduzida ao clero, aliás, ao papa e à hierarquia no contexto de um certo tipo de tridentinismo e da quase adoração do papa, na linha do Vaticano I (Pio IX: "O papa pode decidir, inclusive sem o consentimento da Igreja" !!!).
16. Sacerdócio: apenas aquele clerical-celibatário, em detrimento daquele de todo o povo de Deus. Formação no seminário mais para o sacerdócio de culto e de celibato do que para o ministério do pastor de uma comunidade.
17. Exclusão (pelo menos teórica) da mulher da vida da Igreja.
18. Importância para tradições, até mesmo banais, mais do que para a Tradição (ignorância dos Padres e da história da Igreja, assim como da Bíblia). Natal (ou pior) mais do que a Páscoa.
19. Atitude geral mais de defesa e de condenação do que de escuta e de valorização do bem e do justo presente em todos os lugares, especialmente em outras Igrejas e religiões.
20. Igreja e mundo mais em contraposição do que em diálogo.
Tudo isso sem esquecer quanto de bem, apesar dos limites, hierarquias e leigos realizaram, especialmente no campo da caridade. Tudo quase a latere em relação às teorias!
E reconhecendo que, pelo menos desde o Vaticano II em diante, muito já foi corrigido. Com frutos mais ou menos abundantes, aliás, eventualmente com decepções em relação às expectativas conciliares.
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Revisão da pastoral e da catequese. Sobre esses pontos, ainda estamos longe - Instituto Humanitas Unisinos - IHU