Por: Lara Ely | 14 Setembro 2017
Uma reforma educacional da capital argentina, que inclui práticas de trabalho obrigatório, levou estudantes a ocuparem escolas como forma de protesto. Inspirada no sistema alemão, a tentativa do governo de adaptar a o ensino secundário ao mercado propõe a formação dos alunos em salas de aula e empresas. De acordo com o novo plano, todos os estudantes do sistema público deverão realizar estágios no último ano, eliminando a questão de notas e repetição.
“Precisamos de uma escola ágil e moderna que os prepare em competências para se adaptar e aprender ao longo de suas vidas”, afirmou a ministra da Educação de Buenos Aires, Soledad Acuña.
Além da Argentina, outros países estão modificando seu sistema educacional aos moldes alemães. China, Índia, Rússia, Vietnã e o estado de Minnesota, nos Estados Unidos, assinaram acordos de cooperação com o governo alemão para incorporar a mudança. O que chama atenção é que, à medida em que o processo avança, o aluno aumenta o tempo de treinamento na empresa e reduz o tempo de aprendizagem na escola, conseguindo incorporar o processo produtivo na sua aprendizagem.
Recentemente, o Brasil passou por um período de manifestações de estudantes quando foi anunciada a reforma do Ensino Médio brasileiro. Entre 2015 e 2016, o movimento de ocupações secundaristas, estendido às universidades, questionou a reforma, cujo objetivo era aproximar o aluno do mercado de trabalho. Sancionada pelo presidente Michel Temer no começo deste ano, a nova lei que altera a prática educacional propõe uma modificação no currículo do Ensino Médio, aumentando a carga horária para cinco horas por dia e permitindo que 40% da grade seja escolhida pelo próprio estudante.
No Peru, onde a greve dos professores já dura quase dois meses, as queixas dos professores estão o aumento dos salários com base em 4.000 soles, a concessão de 10% do PIB à Educação e a revogação da Lei Magisterial, que estabelece avaliações dos docentes que podem levar a demissões.
No Paraguai, os alunos do sistema público e privado por que sublinhar saíram às ruas recentemente para pleitear mais investimentos nas escolas. Além de um orçamento próprio para a pasta da educação, eles pedem a implantação da política nacional de alimentação nas escolas, mais equipamentos para a formação técnica e a aquisição de tablets para uso nas salas de aulas.
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Estudantes argentinos protestam contra a reforma educacional em Buenos Aires - Instituto Humanitas Unisinos - IHU