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'Aquarius' oferece versão de esquerda para 'Tradição, Família e Propriedade'

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16 Setembro 2016

"Com sabedoria, 'Aquarius' deixa soltos esses fios da história, porque no mundo real, e talvez mais ainda no Brasil, nada se resolve", escreve Marcelo Coelho, jornalista, em artigo publicado por Folha de S. Paulo, 14-09-2016.

Eis o artigo.

Na sessão em que eu estava, sábado à noite, houve aplausos para "Aquarius", filme de Kleber Mendonça Filho com Sonia Braga no papel principal. Desde que apareceu a foto do elenco em Cannes, com cartazes contra o impeachment, tornou-se imediata a identificação de "Aquarius" com o público de esquerda.

Claro que a história ajuda: aos 65 anos, Clara é uma jornalista (aposentada?), viúva, fã de Maria Bethânia (que ouve em disco de vinil), morando num predinho de classe média alta de frente para o mar na praia de Boa Viagem, Recife.

Eis que surge uma poderosa construtora imobiliária, disposta a construir um daqueles brutais edifícios de nome estrangeiro que desfiguram a paisagem litorânea em tantas cidades do Brasil.

A empreiteira já comprou todos os apartamentos do predinho –mas Clara se recusa a vender o seu. Começam as pressões, as ameaças, as iniciativas desonestas.

Uma noite, perturbam Clara com uma festa de arromba no apartamento de cima. Depois, convocam-se dezenas de evangélicos para um culto dentro do prédio.

Sim, Clara resiste a tudo isso, em nome de suas memórias familiares, e porque, viúva, tendo sofrido uma cirurgia de extração da mama, e sentindo-se distanciada dos filhos, não se conforma com mais nenhuma perda em sua vida.

Os donos da empreiteira são vilões de fala mansa, na excelente caracterização de Fernando Teixeira (no papel de Geraldo Bonfim) e de Humberto Carrão (no de seu neto Diego).

Um filme de esquerda, portanto. Mas essa coisa de direita e de esquerda nem sempre é simples de definir.

O conflito básico de "Aquarius" não mudaria substancialmente se, em vez da rapina dos construtores, nossa brava protagonista estivesse enfrentando uma invasão de militantes do movimento sem-teto.

Os valores de Clara, que o filme nos convida a admirar, poderiam na verdade resumir-se a um slogan bem antipático do ponto de vista ideológico: Tradição, Família e Propriedade.

Sem dúvida, ela é uma excelente patroa; lembra-se do aniversário da doméstica Ladjane (Zoraide Coleto). Fuma maconha e não tem preconceitos em matéria de sexo. Chega a sofrer insultos por ser mais "morena" do que o aceitável por alguns representantes da elite branca.

Mas enxergar no conflito entre a viúva e os construtores algo semelhante a uma resistência heroica de esquerda seria como considerar Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró vítimas de uma conspiração produzida pelos que querem privatizar a Petrobras.

Kleber Mendonça Filho não é tão simplista assim, naturalmente –e tem especial sensibilidade para mostrar, com silêncios e hesitações nas falas dos personagens, o desconforto de classe que sempre assola nossa consciência política quando entramos em contato com a tragédia dos mais pobres.

A família de Clara está folheando velhos álbuns de fotografias, voltando aos bons tempos em que a praia de Boa Viagem tinha pouco trânsito e em que apartamentos de frente eram acessíveis a quem tinha salário de intelectual.

É aí que a empregada tira da bolsa uma fotografia do filho favelado, morto há um ano num acidente de moto. Um playboy bêbado, que nunca será punido, foi o responsável pelo acidente.

Se fosse um filme americano, no final se revelaria que o jovem empreiteiro tinha sido quem matou o filho da empregada; os interesses de Clara e de sua doméstica se conciliariam no castigo a um inimigo comum.

Com sabedoria, "Aquarius" deixa soltos esses fios da história, porque no mundo real, e talvez mais ainda no Brasil, nada se resolve.

O filme não deixa de ser, entretanto, expressão de um espírito conciliador e, a meu ver, politicamente enganoso.

Trombadinhas, drogados, assaltantes, adolescentes de cabelo pintado de loiro e evangélicos são aquela larga parcela do "povo" de quem todos nós, esquerdistas ou direitistas, temos medo.

A classe média de esquerda não caiu na história de que, se Lula fosse eleito, os favelados iriam ocupar seus apartamentos. Mas sofre com um temor equivalente: o povão não tem mais o fiel bom senso da doméstica Ladjane, os evangélicos estão no andar de baixo, as grandes empreiteiras no de cima, e não está fácil mudar de casa. Que tal uma cidadania italiana?

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