30 Agosto 2016
Procuradores admitiram que há investigações sigilosas que Léo Pinheiro poderia colaborar e que ele "omite propositalmente" e indicam que caso contra Lula já avançou sem colaboração do delator. Também assumem outras estratégias polêmicas da Lava Jato.
O comentário é de Patricia Faermann, publicado por Jornal GGN, 30-08-2016.
A equipe de procuradores da República da Operação Lava Jato afirmou que suspendeu o acordo de delação premiada com ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, por possibilidade de "má-fé" do investigado ao divulgar supostos anexos da proposta da colaboração, cujo conteúdo, segundo eles, não foi entregue aos investigadores nos últimos seis meses. Junto a isso, o procuradores alegaram que "a pretensa colaboração não é convincente o bastante".
Além de não conseguirem comprovar que o suposto vazamento de trechos da proposta de colaboração partiu de Léo Pinheiro - e não de próprios integrantes da força-tarefa da Lava Jato -, o Ministério Público Federal (MPF) entendeu que o vazamento foi uma estratégia do investigado de pressionar, por meio da opinião pública e imprensa, à equipe de Sergio Moro a aceitar o acordo.
O GGN revelou que se trata do primeiro acordo de delação prejudicado por um suposto vazamento, após pelo menos 13 investigados da Lava Jato também terem seus conteúdos de colaboração disponibilizados à imprensa de forma seletiva e antecipada.
"Num contexto em que a pretensa colaboração não é convincente o bastante, a criação do relato fora do contexto das negociações revela uma tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa, a despeito de uma análise apropriada do interesse público envolvido", informou, em nota oficial. Partindo dessa interpretação, enxergaram "falta de credibilidade decorrente dessas posturas e a violação da confiança e lealdade".
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Lava Jato viu falta de relevância pública ao suspender delação da OAS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU