Por: André | 24 Mai 2016
Fonte: pedrolamet.com |
A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 21-05-2016. A tradução é de André Langer.
Um livro que aborda as relações entre Jesus de Nazaré e Maria Madalena. Depois da crucificação e morte de Jesus, sua discípula entrega a Maria, a mãe do Mestre, 23 cartas que nunca se atreveu a entregar em vida. Elas contêm, em tom intimista e apaixonado, o relato biográfico de sua vida e seu olhar feminista sobre os acontecimentos evangélicos.
As editoras Mensajero e entre Paréntesis apresentaram o livro nesta segunda-feira, 23 de maio, na Sala de Conferências da ICADE (Pontifícia Universidade Comillas).
Intervieram María José Arana, teóloga e professora emérita da Faculdade de Teologia do Norte da Espanha, Carmen Guaita, pedagoga e novelista, María Ángeles López Romero, escritora e redatora-chefe da Revista 21 e o autor do livro.
Nascida em Madgala e filha de um rico comerciante, que maltratava a sua mãe, vê-se obrigada, ainda adolescente, a fugir e a passar por situações difíceis e arriscadas: vendida como escrava, favorita do rei dos Nabateus, famosa bailarina em Tiberíades, atravessando o amor de um centurião romano, a exploração de uma quadrilha de beduínos no deserto e a amizade de um sábio grego e um médico judeu... Fascinada por Jesus, que a cura de suas enfermidades, converte-se em sua mais fiel seguidora até sua morte e ressurreição.
A novela quer retratar a psicologia de uma mulher em constante busca, livre e complexa, diante da trágica experiência de um amor tão espiritualmente grande como humanamente impossível, que a supera e a sublima. “Procuro reconstruir, como o faria um pintor renascentista – acrescenta Lamet –, o retrato de uma mulher inteligente, insatisfeita e buscadora, embora maltratada pela vida, que descobre um amor tão grande, que por um lado lhe explica o sentido da vida e que ao mesmo tempo se converte em tragédia pelo drama de Jesus e as exigências de sua missão”.
O autor jesuíta reconhece que se move entre duas águas: a imagem tradicional da “pecadora” e aquela que sustentam alguns biblistas atuais, para os quais os famosos “sete demônios” eram simples doenças físicas ou depressões. “Ser mulher naquele ambiente judaico equivalia a ser nada”. Ele acredita que, segundo os Evangelhos, Maria era, junto com João, o discípulo amado, a mulher mais querida e privilegiada por Jesus, pois de outra forma não se explicaria que a tenha escolhido para sua primeira aparição e para anunciar a ressurreição aos discípulos varões.
Com esta nova obra, Pedro Miguel Lamet quer expor uma visão transversal do amor. “Esta mulher, bela e sensível, ao lado de Jesus vai aprendendo que todo amor brota de um Amor total; que não há diferença, mas continuidade entre o amor humano e o amor divino, porque têm uma única fonte. E que todo o amor está dentro dela, embora não obtenha toda a resposta que deseja, já que o amor que sente – esse único amor, é ao mesmo tempo humano e infinito – salta à eternidade”.
Ao mesmo tempo, o escritor pretende, com suas descobertas e respostas, oferecer uma via libertadora de ajuda, consolo e crescimento interior a quantos, a partir da solidão, da dor e da marginalização, se defrontam hoje com as investidas próprias de um mundo cruel e injusto.
O livro também foi lançado em edição digital.
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“Não sei como amar-te”. Cartas de amor de Maria Madalena a Jesus de Nazaré. Livro de Pedro Miguel Lamet - Instituto Humanitas Unisinos - IHU