18 Março 2016
Chikungunya e principalmente o Vírus da Zika chegam ao país e, junto à Dengue, agravam o cenário das doenças transmitidas pelo mosquito vetor Aedes aegypti. Muitas interrogações ainda cercam essas doenças, porém as certezas ficam por conta da ineficiência das políticas de saúde pública e do determinismo social dessas mazelas, que atingem com mais intensidade as populações que não têm acesso ao saneamento e às mínimas condições para uma vida digna.
Contribuem para o debate os seguintes pesquisadores e pesquisadoras:
Fernando Carneiro, pesquisador e Diretor da Fiocruz Ceará e integrante do GT de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva- ABRASCO. Para o biólogo a é equivocada a política de saúde pública apoiada no uso de venenos no combate ao Aedes aegypti.
Ary Carvalho de Miranda, médico e professor do mestrado da Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP, que defende que o Brasil precisa assumir que vive uma grave crise de saúde pública e priorizar a melhoria ampla da qualidade de vida da população.
Medardo Ávila Vázquez, pediatra neonatologista argentino e coordenador da Red Universitaria de Ambiente y Salud/Médicos de Pueblos Fumigados – Reduas, analisa os principais problemas causados pelo uso de produtos químicos no combate ao mosquito, e defende o potencial tóxico do Pyriproxyfen aos fetos.
Silvia Ribeiro, pesquisadora e coordenadora de programas do Grupo ETC, aborda a questão da inserção de mosquitos transgênicos no ambiente para o combate de doenças vetoriais. Para a pesquisadora a técnica não tem eficácia comprovada.
Nelson da Cruz Gouveia, médico professor da USP e vice-presidente da ABRASCO, trata das mudanças climáticas e suas relações com a internacionalização de doenças virais as partir da mudança de hábitos de vetores de doenças virais, como o Aedes aegypti.
Ana da Veiga, professora na Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, falou sobre as pesquisas mais recentes sobre o Vírus da Zika e destaca que ainda há muito que se descobrir sobre a doença. A bióloga deu entrevista direto de Nova Iorque, onde realiza estudos na Icahn School of Medicine at Mount Sinai.
Gustavo Brêtas, médico integrante da ABRASCO e com vasta experiência em organizações internacionais como a OPAS. Para ele o combate aos fatores determinantes é fundamental para o controle das doenças vetoriais.
A atual crise política brasileira é debatida por Raul Zibechi, escritor, jornalista e pensador-ativista uruguaio; Hugo Albuquerque, jurista e mestrando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP; Alejandro Mantilla, articulista dos portais Colombia Informa e Palabras al Margen, Moysés Pinto Neto, professor do curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil – Ulbra; Ariel Penise, ensaísta argentino e professor na Universidad Nacional de Avellaneda e na Universidad del Cine; e Luiz Werneck Vianna, professor-pesquisador na Pontifícia Universidade Católica - PUC-Rio.
Veja também uma entrevista com Alejandro De Oto, pesquisador independente do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas da Argentina – Conicet, refletindo sobre as Teorias Críticas do Colonialismo, e o artigo “O Brasil e as encruzilhadas da conjuntura internacional”, de Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais da UNISINOS.
A revista IHU On-Line estará disponível na segunda-feira, a partir das 17h, nesta página, nas versões html, pdf e ‘versão para folhear’.
A edição impressa circulará na terça-feira, no campus da Unisinos, a partir das 8h.
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“O fracasso do saneamento básico e a emergência de doenças vetoriais” é o tema de capa da revista IHU On-Line - Instituto Humanitas Unisinos - IHU