08 Janeiro 2016
"Só resta tentar entender por qual razão tantos abusos permaneceram impunes por tanto tempo", diz Aline Pellegrini, em comentário publicado por Folha de S. Paulo, 08-01-2016.
Eis o comentário.
Uma equipe de reportagem do jornal "The Boston Globe", intitulada Spotlight, e a produção da matéria investigativa que buscava expor padres católicos de Massachusetts que abusaram de crianças regem o longa que leva o mesmo nome do grupo de repórteres.
A maior parte do filme, dirigido por Tom McCarthy ("O Visitante"), é ambientada em 2001, quando começaram as investigações impulsionadas pela chegada de um novo editor no "Globe", Marty Baron (Liev Schreiber).
A produção não se prende a flashbacks nem a dramatizações que não envolvam a apuração e o envolvimento dos próprios jornalistas. Mas, mesmo que os grandes momentos de ação do longa estejam presos a entrevistas com abusados e advogados, além de repórteres farejando documentos, este é um filme envolvente.
Para compreender como a igreja conseguiu manter em silêncio tantas atrocidades cometidas por sacerdotes, é impossível não prestar atenção aos diálogos - em uma cena que não poupa a adrenalina de ninguém, um padre aposentado relata de forma calma e amável sobre já ter molestado uma criança.
Apesar dos avisos dos entrevistados, o pelotão Spotlight, comandado por Walter Robinson (Keaton) e formado por Sacha Pfeiffer (McAdams), Mike Rezendes (Ruffalo) e Matt Carroll (James), não sofre nenhuma ameaça da instituição católica. Assim, só resta tentar entender por qual razão tantos abusos permaneceram impunes por tanto tempo.
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Jornalistas apuram abusos da Igreja Católica em 'Spotlight' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU