05 Novembro 2012
A italiana Giustina Zanato, 63, é para as meninas indígenas uma espécie de versão amazonense de Dorothy Stang, missionária assassinada no Pará em 2005 e que dedicou parte de sua vida à defesa dos camponeses.
Natural de Marostica, província de Vicenza, chegou ao Brasil em outubro de 1984.
A reportagem é de Kátia Brasil e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 04-11-2012.
Ligada à Congregação das Irmãs Salesianas, da Igreja Católica, já enfrentou embates com pessoas doJudiciário e da polícia cobrando a punição dos suspeitos de abusar das meninas da região.
"Denúncias foram feitas, mas não vimos o resultado. É muito triste pensar que quem se colocou ao lado da Justiça é injusto", diz a missionária.
Desde 2008, a religiosa coordena o programa assistencial "Menina Feliz", que atende vítimas de violência sexual e abandono.
Lá, as menores são abrigadas, recebem alimentação, educação e podem fazer cursos de artesanato, costura e também de informática.
AMEAÇAS
A missionária diz que familiares de duas dessas 12 meninas exploradas sexualmente se interessaram pelo dinheiro dos suspeitos."São famílias desestruturadas, o dinheiro se tornou uma segurança."
Irmã Giustina prestou depoimento no inquérito da Polícia Federal e diz que não temer as ameaças.
"Eu ando na cidade toda e não tenho medo. Sei que estou fazendo o meu papel como religiosa, como alguém que se sente parte da família indígena e que me acolheu tão bem no Brasil."
Ela afirma que já teve vontade de se encontrar frente a frente com os homens suspeitos de comprar a virgindade das meninas da cidade.
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Versão local de Dorothy Stang, irmã Giustina vira referência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU