Por: Jonas | 17 Agosto 2012
“O irmão Roger foi um visionário, um grandíssimo homem de Deus que não se importava com adjetivos, mas com a pessoa”, destaca Jesús Bastante, que teve a oportunidade de conhecê-lo. O artigo é publicado pelo sítio Religión Digital, 16-08-2012. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
Hoje, completa sete anos que o irmão Roger Schultz (foto), fundador da Comunidade de Taizé, morria apunhalado por uma jovem romena na Igreja da Reconciliação, da pequena localidade francesa, berço do ecumenismo após a Segunda Guerra Mundial, e que hoje une milhares de jovens (e não jovens), de todo o mundo, em torno da mesma fé.
O irmão Roger foi um visionário, um grandíssimo homem de Deus que não se importava com adjetivos, mas com a pessoa. Tive a oportunidade de brevemente entrevistá-lo pouco antes da morte de João Paulo II, e ficou a impressão de que me encontrava diante de um desses profetas de nosso tempo, capaz de romper barreiras e ficar com o essencial. Um religioso protestante que foi capaz de comungar das mãos de Bento XVI ou confessar ao patriarca ortodoxo Atenágoras. Um cristão sem mais argumentos a não ser os do próprio Cristo. Um exemplo a ser seguido por todos, muito preocupados em ocasiões pela pureza no cumprimento das normas, e não tanto pela clareza do coração.
No dia 20 de agosto de 1940, depois da derrota do exército francês e da ocupação de parte da França, pelo exército alemão, Roger Schultz se estabeleceu em Taizé (Borgonha). Nesse local, viveu até sua morte, com uma interrupção de dois anos, em que durante a Segunda Guerra Mundial se refugiou na Suíça, já que tinha que temer a perseguição da Gestapo por ter escondido, em seu domicílio, judeus e opositores da ocupação alemã na França. Depois da libertação da Borgonha, em 1944, voltou para Taizé, junto com três companheiros, se ocupando com os órfãos de guerra, como também de prisioneiros de guerra, o que trouxe a apreensão dos vizinhos.
Em 1949, sete homens deste círculo, entre eles Roger Schultz, como prior, comprometeram-se a viver o celibato e a pobreza. Hoje em dia, esta comunidade é integrada por mais de cem irmãos ortodoxos, protestantes e católicos, provenientes de vinte e cinco países, vivendo apenas de seu trabalho (olaria, edição de livros religiosos). Não aceitam doações.
Sempre é um bom momento para retornar a Taizé e orar junto com a Igreja da Reconciliação, onde paradoxalmente o irmão Roger foi assassinado. Seu sangue, como sua vida, não foram em vão, e nos compromete, como se comprometeu o próprio Cristo, a deixarmos a vida pela unidade, pelos demais, por aqueles que têm o rosto de Deus por trás de si.
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Sete anos sem o irmão Roger, da Comunidade de Taizé - Instituto Humanitas Unisinos - IHU