21 Janeiro 2014
Na Nigéria, líderes cristãos e muçulmanos deram as boas-vindas a uma controversa lei que bane casamentos homoafetivos e impõe um período de detenção de 14 anos para quem mantiver relações homossexuais.
A reportagem é de Fredrick Nzwili, publicado pelo Religion News Service, 16-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Na última segunda-feira (13-01-2014), o presidente Goodluck Jonathan aprovou a Lei de Proibição para Casamentos Homoafetivos, que passou pelo parlamento no mês de maio de 2013. A lei assemelha-se a uma outra aprovada em Uganda, no mês de dezembro, que impõe prisão perpétua para certos tipos de atos homossexuais.
“Esta é a coisa certa”, disse o Rev. Musa Asake, secretário geral da Associação Cristã da Nigéria. “Não temos que aprovar uma determinada situação em que não há valores morais só porque alguém está nos dando dinheiro”.
Musa Asake estava se referindo a incentivos financeiros provindo de países ocidentais vinculados a mudanças na legislação sobre a homossexualidade.
Com a lei entrando em vigor imediatamente, a polícia nigeriana fez ronda em redutos de gays e lésbicas e trancou-os na cadeia, de acordo com a Anistia Internacional.
Líderes das organizações africanas de gays e lésbicas pediram ao mundo para se unir contra tal legislação.
“É um movimento perigoso”, disse o Rev. Michael Kimundu, presidente da Other Sheep Africa, uma organização que trabalha com gays. “O resto do mundo não deveria permitir que estas leis continuem. Aqueles que temem a Deus e amam a humanidade deveriam se juntar e assegurar que as pessoas gays, seus familiares e amigos não sejam pisoteados”.
Em todo o continente africano, a homossexualidade é vista, muitas vezes, como uma violação dos valores culturais e religiosos. A prática homossexual é proibida em 38 países da região, de acordo com a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Transexuais e Intersexo. Já em 13 países africanos a homossexualidade é legal ou inexistem leis que a proíbe.
Em países como a Mauritânia, o Sudão e no norte da Nigéria, a homossexualidade é punida com a morte. Infratores podem pegar prisão perpétua em Uganda, na Tanzânia e em Serra Leoa.
O padre anglicano Kimundu disse que líderes cristãos e muçulmanos são peças-chave para a mudança da opinião pública, dado que usam as sagradas escrituras para justificar a homossexualidade como pecado.
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Líderes religiosos da Nigéria dão as boas-vindas a uma controversa lei antigay - Instituto Humanitas Unisinos - IHU