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O renascimento de Etty Hillesum

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08 Janeiro 2014

Há um século nascia Etty Hillesum. A publicação de seu Diário e Cartas, segundo Giorgio Montefoschi, escritor e crítico literário italiano, em artigo publicado no jornal Corriere della Sera, 03-01-2014, revelam "não são somente o testemunho do horror e do abismo que o homem jamais teria podido imaginar atingir. São o mais puro testemunho da ágape cristã. O compartilhamento da dor".

A tradução é de Benno Dischinger.

Eis o artigo.

A maior parte das Cartas que Etty Hillesum escreveu do campo de concentração de Westerbork, publicadas hoje por Adelphi em edição integral (tradução de Chiara Passani, Tina Montone, Ada Vigliani, 269 pp.), são de 1943 e praticamente começam quando deixa de escrever o seu longo Diário, publicado também por Adelphi. Em ambos os casos – o Diário e as Cartas – o que impressiona a quem se aproxima destes dois textos agitados, reveladores de uma das maiores almas do século vinte, é a extrema velocidade das duas mudanças espirituais que marcam a breve vida de Etty Hillesum. Uma velocidade que, junto ao seguimento dramático da história, mostra a intervenção da mão divina.

No Diário, escrito de 1941 a 1943, a Hillesum – nascida há um século em janeiro de 1914, filha de um professor de escola judeu e de uma judia russa doente dos nervos e dotada de um péssimo caráter, irmã de dois irmãos por sua vez frágeis e instáveis – é a típica garota burguesa não resolvida, presa das suas inquietudes sentimentais, animada por um desejo tão nobre quanto confuso de elevar-se.

Tendo más relações com os progenitores, vive na casa de um homem muito mais velho do que ela, chamado Hendrick Wegerif (Etty o chama Pa Han), um ex-contabilista de quem é a amante. Vai de bicicleta ao longo dos canais da incrível Amsterdã ainda “quieta”, embora na orla da catástrofe de 1940, devora os livros (de Dostoievski a Jung, de Rilke à Bíblia); mas é confusa, e dentro de si sente como se houvesse uma fonte impedida, uma fonte que não consegue esguichar. Numa página do Diário pode escrever: “Ás vezes gostaria de estar na cela de um convento, com a sabedoria dos séculos sublimada sobre as prateleiras ao longo das paredes, e com a vista que divaga sobre os campos de grão”. E poucas linhas mais adiante: “As minhas Ideias vagas de todo tipo reclamam de vez em quando uma expressão concreta”. Na boa substância, sabe e entende que a única e verdadeira tarefa de sua vida é a de conseguir ordem e harmonia no caos que reina em seu coração.

Entrementes, conheceu um homem que se revelará fundamental para sua evolução espiritual. Ele é um psicoquirólogo judeu alemão discípulo de Jung, Julius Spier – também ele mais velho do que ela mais de vinte anos -, que deixou a família para proteger-se na Holanda. Spier, que em Amsterdã conseguiu certa fama, estuda a mão e submete os seus pacientes a uma bizarra terapia: vale dizer, a luta. O médico e o paciente se agarram, combatem, rolam por terra, de modo que as forças obscuras da psique escondidas no nosso corpo possam dissolver-se, liberar-se e harmonizar-se com as do corpo.

Etty é logo atraída por este homem que, além da luta física, lhe propõe leituras e argumentos de meditação profundos, como também Spier é atraído por ela. E não tem muita importância o fato de que entre os dois se estabeleça uma relação sentimental. Spier é uma verdadeira pedra, imprescindível no percurso de Etty.

Deus põe muitas pedras ao longo do nosso caminho. Ás vezes, estas pedras são embaraços, obstáculos que podemos superar (e o Salmo nos diz que, se lhe pedirmos, Deus ordena aos seus anjos de sustentar-nos de modo que possamos evita-los). Às vezes estão colocadas ali, precisamente dentro de nós mesmos, para fazer, sim, que as reconheçamos como parte de nós mesmos, como uma pedra nossa que bloqueia uma fonte nossa, e num esforço sobre-humano as retiremos, deixando esguichar a fonte. É o que acontece, milagrosamente, a Etty Hillesum: que um dia cai de joelhos e se locupleta do amor de Deus.

Agora, todavia, a situação para os judeus holandeses e de toda a Europa se está precipitando. Etty, embora doentíssima, se faz internar no campo de classificação de Westerbork, do qual sairá para ir morrer em Auschwitz. Este é o segundo e definitivo degrau de sua elevação: correspondente ao seu sacrifício. Etty sabe que o amor a Deus e ao próximo permanece letra morta, se não se faz carne.

As Cartas do campo de Westerbork não são somente o testemunho do horror e do abismo que o homem jamais teria podido imaginar atingir. São o mais puro testemunho da ágape cristã. O compartilhamento da dor.


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