Por: André | 12 Agosto 2015
Dom Claudio Giménez pediu que as autoridades brasileiras devolvam os tesouros roubados de Nossa Senhora de Caacupé, entre eles uma coroa de ouro, durante a ocupação durante a guerra do Paraguai contra a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai), entre os anos de 1865 e 1870. O bispo expressou seu desejo de que esses tesouros sejam devolvidos pelas autoridades brasileiras algum dia.
A reportagem é publicada por ABC Color, 10-08-2015. A tradução é de André Langer.
Durante a celebração litúrgica realizada na segunda-feira na Basílica de Caacupé, dom Giménez disse que espera que algum dia os brasileiros peçam perdão pelo genocídio ocorrido na Batalha de Acosta Ñu, onde morreram cerca de 3.000 crianças nas mãos das tropas comandadas pelo Conde d’Eu. Destacou que desde a chacina de inocentes em Belém e nos arredores, nos tempos de Cristo, nunca mais houve aconteceu algo parecido.
Reiterou que, espera que os irmãos brasileiros ouçam o seu pedido e saibam pedir perdão pelo assassinato de 3.000 crianças. O bispo referiu-se a este tema ao recordar que no dia 16 de agosto recorda-se mais um aniversário do massacre das crianças paraguaias.
Dom Giménez mencionou, além disso, que o Papa Francisco teria se inspirado na batalha de Piribebuy, ocorrida no dia 12 de agosto de 1869, para falar sobre o heroísmo da mulher paraguaia. Recordou que a batalha de Piribebuy foi desesperadora, onde os canhões eram carregados com pedras, vidros e areia porque as balas já não tinham acabado, as mulheres combatiam ao lado dos homens. Aquelas que não tinham armas jogavam terra nos olhos dos invasores, acrescentou.
Nesse mesmo dia, 16 de agosto, as tropas brasileiras ocuparam esta cidade, onde roubaram os tesouros da Virgem. “Que vergonha, realmente!”, exclamou.
Entre os objetos roubados recorda-se especialmente uma coroa de ouro doada por Inocencia López de Barrios, irmã do marechal Francisco Solano López. Nesse sentido, o bispo manifestou seu desejo de que algum dia as autoridades brasileiras devolvam ao menos essa coroa, já que, seguramente, todo o ouro que levaram já terá desaparecido.
Minutos depois de ter dito estas palavras houve uma oscilação no fornecimento de energia elétrica. O bispo, de forma jocosa, manifestou que esperava que não tenha sido uma reação dos brasileiros, uma alusão ao fato de que a oscilação pudesse ter vindo da central hidrelétrica da Itaipu Binacional.
Não se esquecer do Papa
O presidente da Conferência Episcopal Paraguaia e bispo de Caacupé, dom Claudio Giménez, pediu aos fiéis para não se esquecerem do Papa Francisco e especialmente de suas mensagens claras, durante a visita realizada ao país entre os dias 10 a 12 de julho passado.
Disse que espera que a visita do Pontífice não passe tão rápido como um trem bala, mas que tenha deixado em cada um dos fiéis um impacto positivo para que possamos colocar sua palavra em prática.
Na homilia, dom Giménez referiu-se à moda das chamadas “extorsões”, que aumentaram nos últimos tempos, causando preocupações em muitas famílias.
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Bispo paraguaio quer que Brasil peça perdão pelo massacre de 3.000 crianças na Guerra do Paraguai - Instituto Humanitas Unisinos - IHU