No Camboja os jesuítas sugerem as boas práticas para a salvaguarda da Criação. Quaresma pelo ambiente

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16 Março 2015

“Não poluir, observar um jejum ecológico, respeitar a natureza, proteger o próprio corpo que, por causa de agentes poluidores, se torna vulnerável a muitas doenças”. Esta é, em síntese, a proposta quaresmal dos jesuítas cambojanos, reunidos na província da Ásia-Pacífico, que quer ser realmente uma sacudida no estilo de vida consumista e pouco precavido, mas ao mesmo tempo pretende tocar questões cruciais da região do sudeste asiático, onde alguns projetos industriais têm repercussões negativas sobre o ambiente.

A reportagem foi publicada pelo L’ Osservatore Romano, 12-03-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

Os jesuítas cambogianos notam que “os primeiros a sofrer os efeitos das práticas poluidoras são as faixas pobres da população, por causa de seu acesso já limitado à água potável, à comida e ao ar poluído. Os pobres são atingidos antes dos outros. A principal causa de morte no país a baixo e médio prazo – afiram num documento os religiosos cambogianos – não é somente a má nutrição, nem a tuberculose, a malária, o HIV ou a AIDS, e sim a poluição”.

Os jesuítas sublinham que “no tempo da quaresma, enquanto se entra “no deserto” para refletir sobre si mesmos, urge avaliar o mais rapidamente possível a responsabilidade pessoal no envenenar o ambiente e as pessoas, principalmente os pobres. Por conseguinte, é bom deslocar-se a pé ou de bicicleta, limitando a utilização dos veículos a motor. Ou então, abandonar o uso de sacolas de plástico e de todos os outros invólucros de usa e joga fora, redescobrindo a arte da reciclagem dos materiais”.

Não se distribuem somente conselhos sobre “não fazer”, mas também as boas práticas a seguir: os religiosos lançaram, por exemplo, um mini-programa de reflorestamento, empenhando-se em plantar uma árvore cada vez que um religioso toma um avião para empenhos pastorais, dado que o transporte aéreo é uma das principais fontes de aquecimento global do planeta.

Já há alguns anos, os jesuítas implantaram uma estratégia de “reconciliação com a criação”, empenhando-se em três macro-áreas: rever o estilo de vida; implantar programas de formação para os jovens; gerir de modo adequado e sustentável os recursos naturais. O todo sob a insígnia do que é definido como “justiça climática”, que anima milhões de ativistas cristãos coligados em nível planetário na rede “Global Climate Catholic Movement”.